“Me dei mal” diz Bolsonaro sobre ser presidente do Brasil

Publicado em quarta-feira, junho 5, 2019 · Comentar 


O presidente Jair Bolsonaro voltou a expor as dificuldades da responsabilidade de comandar o país e disse se sentir em casa como um “presidiário em regime fechado”, mas sem tornozeleira eletrônica. Em entrevista ao Programa do Ratinho, no canal SBT, o chefe do Palácio do Planalto lamentou não poder fazer programas como ir ao shopping e brincou que “se deu mal” ao assumir a Presidência em vez de estar na praia.

— Deixa eu falar uma coisa. Eu estava no meu gabinete há poucas semanas e chegou um cara para me visitar. Ele disse: “Lembra, durante a campanha, você me disse que, agora, estaria aqui ou na praia?”. Falei: “Lembro, me dei mal, estou aqui” — brincou Bolsonaro, sem identificar o interlocutor.

O colunista do GLOBO Bernardo Mello Franco lembrou que Bolsonaro já havia se comparado a um presidiário sem tornozeleira ao completar dois meses no cargo. “Viver no Alvorada é chato”, acrescentou, na época. Em visita a Israel, o presidente brasileiro desabafou que, “graças a Deus”, tem função passageira na Presidência. “Imagina ficar o tempo todo com esse abacaxi”, disse. De volta a Brasília, Bolsonaro destacou que “não nasceu para ser presidente”. “Nasci para ser militar”, ressaltou.

Na última sexta-feira, Bolsonaro afirmou à revista Veja que sente uma pressão “muito grande” no cargo, sob as acusações de não ter governabilidade. Na visão do presidente, que se disse alvo de uma série de “sabotagens”, falta “patriotismo para algumas pessoas que decidem o futuro do Brasil”. Na ocasião, ele comparou a cadeira da Presidência a um mineral que enfraquece um super-herói.

— Já passei noites sem dormir, já chorei pra caramba também. Angústia, né? Tá faltando o mínimo de patriotismo para algumas pessoas que decidem o futuro do Brasil — relatou. — Imaginava que ia ser difícil, mas não tão difícil assim. Essa cadeira aqui é como se fosse criptonita para o Super-Homem. Mas é uma missão.

Na entrevista a Carlos Massa, o Ratinho, Bolsonaro ainda defendeu seus ministros. Disse que fez a escolha levando em consideração as qualidades técnicas. Voltou a dizer que não quer mais radares no Brasil, já que, para ele, as rodovias brasileiras já estão “apinhadas de pardais”.

— Está na cara que é uma indústria de multa — afirmou.

O presidente também defendeu o seu decreto que ampliou a possibilidade de acesso a armas de fogo, sob o argumento de que ajudará a melhorar a segurança do país. E defendeu que não haja punição a agentes que atirarem em serviço.

— Se nós botamos armas na mão das Forças, é para usar. Se não for para usar, deixa em casa — disse.

 

Da Redação 

Com O Globo

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