Leia a coluna Conversa Franca de Aninha Ferreira na EXPRESSO de dezembro: “Feliz Olhar Novo”

Publicado em sábado, dezembro 17, 2016 · Comentar 


colunista-aninha-ferreira-dez“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial, industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui por diante vai ser diferente” (Carlos Drummond de Andrade)

O ano já está acabando e eu mal consigo acreditar. Você também?! Então, toca aqui! A correria da vida moderna tem engolido os nossos dias e quando vemos já é noite, já é a metade do ano, já é Natal! Chegamos ao período das confraternizações, das festas em família, das comemorações no trabalho, do brinde entre os amigos… É tempo de pedir e de agradecer. Tempo de parar para fazer reflexões e previsões. Para alguns, a mesa da ceia de Natal estará incompleta. Para outros, mais um lugar na mesa será colocado. Se a gente parar para pensar, a celebração do ano novo não significa mais do que o início de um novo dia. Mas o início de um novo dia num ano novo é o fim de um ciclo, uma excelente oportunidade para pensar em tudo que foi bom, em tudo que não foi tão bom assim e como a gente pode mudar e melhorar. É aí que entra a palavrinha que eu gosto tanto: RECOMEÇAR.

Ela me diz que é sempre possível começar novamente, não importa a idade, o tempo e o lugar. Não importa o que tenha acontecido, não importa o tamanho da queda, da cicatriz, da dor, da frustração… se o coração continua batendo, ainda é possível juntar os cacos e seguir adiante. A vida é feita dessa palavra, mas é preciso muita coragem para transformá-la em verbo. E eu desejo de todo coração que você verbalize o seu recomeço. Do seu jeito e no seu tempo. Faça de todas as quedas do passado, alicerce para o seu novo ciclo. A felicidade pertence a quem sabe abandonar o que só atrasa, pertence a quem não se conforma com o “mais ou menos” e sabe que ser é muito mais que ter. Poucas pessoas são felizes de verdade, portanto, busque ser uma delas. Mude por dentro, zere seus arrependimentos e comece a agir diferente exatamente naquilo que não floresce, naquilo que você se doa, mas só recebe dor. Não importa o que seja, dê um fim naquilo que não te faz feliz, mesmo que a lágrima caia. A vida é boa, o tempo é Mestre e você é forte! Recomece o ano soltando as amarras que te impedem de voar. Não leve essa bagagem novamente ou viverá mais um ano lamentando as mesmas coisas. É isso que quer?

Para finalizar, faço questão de incluir um pequeno e muito significativo texto de Eduardo Galeano, em seu Livro dos Abraços: “Diego não conhecia o mar. O pai (…) levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: – Me ajuda a olhar!”.

Diante de um novo ano que está pertinho de começar, desejo que a gente pense nele como um imenso mar que está à nossa frente. E, assim como “Diego”, que a gente também tenha quem nos ajude a olhar para o nosso imenso mar, quem nos ajude a enxergar a beleza e o milagre que é VIVER as vinte e quatro horas de cada dia, apesar de tudo. Em tempos tão superficiais, que a gente aprenda a olhar para o que realmente merece. Muito mais do que presentes caros, a gente precisa é de AMOR. Muito mais do que curtidas, a gente precisa de abraços.

Para os meus queridos leitores, desejo um Ano incrível! Que possamos sempre nos encontrar através da nossa “Conversa Franca” durante 2017! Gratidão por tudo! Desejo boas notícias!

Aninha Ferreira
Graduada em Lic. Plena em Letras 
Contato com a Coluna: claudianne_13@hotmail.com
Nov/Dez – 2016 – Revista EXPRESSO, edição nº 24

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