O vigilante Tiago Gomes Henrique da Rocha, de 27 anos, foi condenado a 20 anos de prisão pela morte da estudante Ana Karla Lemes da Silva, de 15, em dezembro de 2013, em Goiânia. O julgamento foi realizado nesta terça-feira (16) no 2º Tribunal do Júri, no Setor Oeste, na capital. Acusação e defesa já recorreram da decisão.
De acordo com a sentença, lida pelo juiz Jesseir Coelho de Ancântara, que presidiu a sessão, os jurados consideraram que o vigilante matou a adolescente por motivo torpe e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima. No total, Tiago Henrique responde por 35 homicídios ocorridos na Grande Goiânia.
Logo após a leitura da sentença, o promotor Cyro Terra, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), recorreu visando o aumento da pena. “Entendemos que, pela personalidade, as circunstâncias, a conduta e todos os critérios que a lei coloca para fixar pena, ela pode ser aumentada, se aproximar o máximo possível da pena máxima [30 anos]”, disse ao G1.
Os advogados de defesa do vigilante, Michel Pinheiro Ximango e Wanderson Santos de Oliveira, também protocolaram um recurso com o intuito de redução do tempo de prisão. “Tinha que ser mais baixa. Estamos verificando se levaram em consideração a confissão do crime na delegacia porque isso reduziria a pena”, declarou Oliveira.
O juiz já acatou os dois recursos. Não há prazo para que eles sejam analisados pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Agora, acusação e defesa têm cinco dias para apresentar ao magistrado as razões.
Ana Karla foi morta no dia 15 de dezembro de 2013, no Setor Jardim Planalto. Ela foi baleada com um tiro no peito. Um exame de balística comprovou que a adolescente foi morta por uma bala disparada pela arma apreendida com Tiago Henrique. O vigilante está preso desde 14 de outubro de 2014.
Após a condenação, a mãe de Ana Karla, Ironildes Lemes, se disse aliviada. “Eu acho muito ótimo e espero que ele apodreça na cadeia, pois ele não matou apenas a minha filha, mas também outras moças, mendigos. Ele tem que morrer na cadeia”, afirmou.
“Graças a Deus com a condenação [a 20 anos de prisão] a justiça foi feita. E foi muito boa, pois a gente estava com medo de que ele fosse solto e saísse por aí matando mais pessoas”, ressaltou Ironildes.
Julgamento
O júri popular começou por volta das 8h50 desta terça-feira. Um vizinho de Ana Karla, que estava arrolado como testemunha de acusação, não compareceu e foi dispensado. Logo depois, o juiz fez o sorteio dos sete jurados, sendo que foram escolhidos quatro homens e três mulheres. Apenas um deles participava de um júri popular pela primeira vez.
Em seguida, por volta das 9h20, a mãe de Ana Karla prestou como testemunha de acusação. “A gente está chorando todo dia, sofre com a falta dela. Eu não consigo mais trabalhar direito”, disse Ironildes.
Após responder a algumas perguntas do juiz e da promotoria, ela foi dispensada e permaneceu no auditório ao lado de familiares até o término do júri.
Da Redação
Com G1