O e-commerce brasileiro deve encerrar o ciclo de vendas online do Natal de 2025 com mais de 15.389.692 pedidos em canais digitais no mês de dezembro, que movimentaram R$ 8,6 bilhões. Apesar de representar quedas de 29% em número de pedidos e de 32% em faturamento em relação a novembro, mês tradicionalmente impulsionado pela Black Friday, o período chamou atenção dos golpistas na mesma medida: o número de tentativas de fraude diminuiu em apenas 2,6%. Os números fazem parte de um levantamento da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil.
De acordo com o estudo, do total de solicitações de compras em dezembro no ano passado, 181.309 foram identificados como tentativa de golpe, evitados por tecnologias antifraude, ante 190.839 em novembro do mesmo ano. Se tivessem sido concretizados, os golpes no período natalino poderiam gerar um prejuízo de R$ 222.684.464,57 para empresas e consumidores.
O Diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da datatech, Rodrigo Sanchez, explica que os dados do ano anterior são importantes, pois podem antecipar as tendências e vulnerabilidades de 2025 em um cenário em que o ritmo de consumo e o risco de exposição caminham juntos.
A sazonalidade do varejo digital continua sendo um atrativo para criminosos, especialmente em datas de grande movimentação como o Natal e a Black Friday. As tentativas de fraude em patamares elevados reforçam a necessidade de ações preventivas coordenadas entre varejistas e provedores de tecnologia”.
Ainda segundo o levantamento, embora o volume de ataques tenha ficado ligeiramente abaixo do observado em novembro de 2024 a taxa das fraudes no total de pedidos cresceu de 1% para 1,4% na comparação dos dois períodos, indicando que, mesmo com menos compras após a Black Friday, a pressão dos golpistas sobre o canal digital permanece elevada.
“Cada vez mais fica nítido que o consumidor concentra suas compras digitais na Black Friday, que se consolidou como a grande data de movimentação do e-commerce. Ou seja, uma parte relevante do volume de compras de fim de ano é antecipada para o período de promoções. A desaceleração depois do evento também é influenciada pelo início das férias, pelas viagens de fim de ano e pelos prazos de entrega, já que ainda não é realidade em todo o país contar com fretes muito rápidos ou entregas no mesmo dia”, avalia Rodrigo Sanchez.
Na análise da taxa de tentativas de fraude ao longo dos dias, o levantamento revela que a Black Friday concentrou o menor índice do período entre novembro e dezembro, com 0,67% dos pedidos classificados como suspeitos. Segundo o executivo, isso acontece porque, no dia do evento, o crescimento dos pedidos legítimos é muito superior ao aumento das compras fraudulentas, o que dilui a participação dos golpes no total diário.
Após a Black Friday, porém, o volume de pedidos diminui, enquanto as tentativas de fraude permanecem em patamares elevados. Com menos compras e ataques ainda frequentes, a relevância percentual dos pedidos fraudulentos aumenta, elevando a taxa de tentativas de fraude nos dias seguintes e em dezembro como um todo.
A categoria de calçados no comércio online foi a mais comprada por consumidores – e a mais visada por golpistas
Com forte apelo promocional, a categoria de calçados liderou as vendas online em dezembro de 2024, com mais de 1,47 milhão de pedidos online, dos quais 1,5% foram tentativas de fraude, o que representa um prejuízo potencial superior a R$ 10,8 milhões.
O levantamento da datatech também aponta pet shop e livros entre os itens mais comprados online no e-commerce no período, enquanto perfumes (3,36% de tentativas de fraude) e celulares (5,33%) figuram entre os segmentos mais visados por criminosos digitais, indicando foco em produtos de revenda rápida e alto valor agregado.
“O Natal consolidou uma dinâmica em que o consumidor migra parte importante das compras de fim de ano para o ambiente digital, concentrando o volume na Black Friday, mas mantendo o e-commerce relevante em dezembro. Para as empresas, isso significa que o canal online não é apenas uma vitrine, mas o centro da jornada de consumo, e, por isso, precisa estar protegido de ponta a ponta”, declara o Diretor da datatech.
“Quando o ritmo de compras diminui e os golpistas seguem ativos, a participação das fraudes aumenta. Por isso, ter uma estratégia antifraude em camadas, baseada em dados e inteligência, é essencial para garantir jornadas digitais seguras sem perder vendas”, finaliza Rodrigo Sanchez.
Da redação/ Com Click PB






