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Motta defende ex-assessora de Lira, alvo da PF por desvio de emendas

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), saiu publicamente em defesa da servidora Mariângela Fialek após ela se tornar alvo de uma operação da Polícia Federal que apura irregularidades na indicação de emendas parlamentares. Em nota divulgada na noite de sexta-feira (12), Motta elogiou a atuação da funcionária, conhecida nos bastidores como Tuca, e afirmou que a Câmara respeita decisões judiciais, mas ressaltou que não há, até o momento, apontamento de desvio direto de recursos públicos.

Mariângela é servidora da Câmara e atualmente está lotada na liderança do PP. Ela atuou como assessora direta do então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), período em que passou a ser apontada por parlamentares como responsável por organizar e operacionalizar a indicação de emendas parlamentares.

Na manhã de sexta, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão em salas usadas por ela dentro da Câmara e também em sua residência, com a apreensão de um telefone celular e outros materiais. A operação contou com anuência da Procuradoria-Geral da República.

Em sua manifestação, Hugo Motta classificou Mariângela como “técnica competente”, “responsável” e “comprometida com a boa gestão da coisa pública”.

Segundo o presidente da Câmara, “a experiência da servidora é reconhecida por todos os órgãos do Poder Legislativo e do Poder Executivo que elaboram e executam o orçamento federal. Inclusive, a atuação da servidora Mariângela Fialek foi fundamental no aprimoramento dos sistemas de rastreabilidade da proposição, indicação e execução de emendas parlamentares”.

Arthur Lira falando em microfone e gesticulando
O deputado Arthur Lira – Reprodução

Um dos alvos da operação foi uma sala oficialmente vinculada à Presidência da Câmara, mas que passou a ser utilizada por Mariângela a partir de 2022, ainda na gestão de Arthur Lira. Há relatos de que era nesse espaço que ela despachava assuntos relacionados às emendas parlamentares.

Conforme decisão do ministro Flávio Dino, que autorizou a operação, depoimentos colhidos ao longo da investigação indicam que a assessora atuava “diretamente na operacionalização do encaminhamento de emendas” e que realizava indicações em nome do então presidente da Casa.

“Tais circunstâncias evidenciam fortes indícios de que a Representada [Tuca] integra uma estrutura organizada voltada ao indevido direcionamento de emendas parlamentares, supostamente atuando sob ordens diretas da antiga Presidência da Câmara dos Deputados, exercida pelo Deputado Arthur Lira, fato que ainda está em apuração”, diz um trecho da decisão.

Redação/DCM 
Foto Reprodução 

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