O juiz Bruno Isidro, da 1ª Vara Mista de Bayeux, se declarou suspeito para julgar o processo que apura tráfico de pessoas e favorecimento da prostituição envolvendo o influenciador Hytalo Santos e o marido dele, Israel Vicente, conhecido como Euro. O magistrado alegou “foro íntimo” para deixar o caso.
Segundo a Justiça, essas acusações fazem parte de um processo desmembrado, separado da denúncia que investiga a produção de conteúdo pornográfico com exploração de menores de idade. Nesse braço da ação, o casal segue réu.
Antes de sair do processo, o juiz agendou audiência de instrução para o dia 18 de dezembro, às 9h, na 1ª Vara Mista de Bayeux. Advogados, representantes do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e testemunhas foram intimados. O casal tem status de denunciado nesta parte da investigação.
A decisão que dividiu o processo apontou que a Vara da Infância e Juventude só tem competência para julgar crimes previstos no ECA, e não aqueles que estão no Código Penal, como tráfico de pessoas.
Hytalo Santos e o marido permanecem presos na Penitenciária do Roger, em João Pessoa, desde a transferência para a Paraíba, em agosto.
Outro processo segue em andamento
A 2ª Vara Mista de Bayeux já havia tornado réus Hytalo e Israel por produção de conteúdo pornográfico com crianças e adolescentes.
O Grupo de Ataução Especiais Contra o Crime Organizado (Gaeco), que apresentou a denúncia, apontou um esquema premeditado de exploração sexual, com uso de fraudes, promessas de fama e vantagens materiais para atrair vítimas vulneráveis. Também foram mencionados procedimentos estéticos e tatuagens com conotação sexual, além de controle rígido das rotinas dos adolescentes.
O juiz Antônio Rudimacy conduz a investigação relacionada à produção de conteúdo pornográfico com menores. O Ministério Público pediu indenização de R$ 10 milhões por danos coletivos.
Cronologia do caso Hytalo Santos
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6 de agosto: Youtuber Felca divulga denúncia sobre práticas do influenciador.
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13 de agosto: Busca e apreensão em condomínio de luxo em João Pessoa.
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Bloqueio das redes sociais de Hytalo.
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Proibição de contato com vítimas.
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Desmonetização das redes sociais.
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14 de agosto: Novas buscas autorizadas pela Justiça de Bayeux.
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15 de agosto: Hytalo e o marido são presos em Carapicuíba (SP).
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16 de agosto: TJPB nega liberdade ao casal.
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Justiça do Trabalho bloqueia bens e valores de até R$ 20 milhões.
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28 de agosto: Transferência para o presídio do Roger, em João Pessoa.
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Setembro: Processo é desmembrado; crimes do ECA ficam na Vara da Infância; demais, na Vara Criminal de Bayeux.
Redação/Com G1PB
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