Gerson de Melo Machado, de 19 anos, o “vaqueirinho” que morreu após entrar em uma jaula com uma leoa em João Pessoa, foi sepultado no Cemitério do Cristo, na última segunda-feira (1°). O velório foi acompanhado apenas pela mãe destituída, Maria da Penha Machado, e uma prima. A mãe, que perdeu o poder familiar há mais de dez anos, hesitou antes de reconhecê-lo no IML.
“Vaqueirinho” morreu no domingo após escalar as estruturas do Parque Zoobotânico Arruda Câmara e entrar no espaço dos leões. A leoa, batizada de Leona, o atacou imediatamente. O laudo preliminar aponta mordidas no pescoço e choque hemorrágico como causa da morte. O caso levou a prefeitura a abrir uma apuração sobre as condições de segurança do local.
A trajetória do jovem foi marcada pelo abandono e transtornos mentais não tratados. A mãe, portadora de esquizofrenia, perdeu o poder familiar quando ele tinha 10 anos. Segundo a conselheira tutelar Verônica Oliveira, que o acompanhou por anos, Gerson nunca foi cogitado para adoção porque “as famílias rejeitam sumariamente crianças com transtornos mentais”. Todos os seus irmãos foram adotados.
A esquizofrenia de Gerson foi oficialmente diagnosticada aos 18 anos, após responder a um processo criminal. Um juiz concluiu que ele era inimputável por não ter capacidade de entender o caráter ilícito de seus atos. A conselheira Verônica descreve sua vida como a de “duas pessoas frágeis tentando se agarrar”, referindo-se à relação com a mãe, “sempre derrotadas pelas circunstâncias”.
Redação/DCM
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