O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ter enfrentado um episódio de “confusão mental e alucinação”, segundo boletim médico divulgado neste domingo (23). As informações foram anexadas à manifestação de defesa apresentada após sua prisão.
Bolsonaro foi preso preventivamente no sábado (22), após tentar danificar a tornozeleira eletrônica que monitorava sua detenção domiciliar. Durante a audiência de custódia realizada na manhã de domingo, ele declarou que o episódio mental teria motivado a tentativa de remover o equipamento.
Os médicos responsáveis por seu atendimento, Claudio Birolini e Leandro Echenique, atribuíram o quadro a uma reação medicamentosa.
De acordo com eles, o problema teria sido causado pela interação entre um remédio prescrito por uma profissional que não integra a equipe habitual de cuidados do ex-presidente.
O medicamento citado é a Pregabalina, um anticonvulsivante que, segundo os médicos, teria reagido com outros fármacos usados por Bolsonaro para tratar crises de soluço: Clorpromazina e Gabapentina.
No boletim, os médicos destacaram que a Pregabalina pode causar “alteração do estado mental, incluindo confusão, desorientação, falta de coordenação, sedação, distúrbios de equilíbrio, alucinações e prejuízos cognitivos”.
Uso de outros medicamentos
Além da Pregabalina, Bolsonaro afirmou ter tomado Sertralina, antidepressivo também utilizado em tratamentos psiquiátricos.
Ele relatou que os remédios foram prescritos por médicos distintos, o que teria ocasionado interações indesejadas. Segundo o ex-presidente, um dos medicamentos passou a ser utilizado cerca de quatro dias antes de sua prisão.
A ata da audiência de custódia registra que Bolsonaro disse ter tido “alucinação” de que a tornozeleira continha algum tipo de escuta, motivo pelo qual tentou abrir o dispositivo.
Ele relatou ainda estar com o sono “picado” e, sem conseguir dormir, resolveu usar um ferro de solda para mexer na tornozeleira, afirmando ter curso de operação desse tipo de equipamento.
No dia da prisão, ao ser questionado sobre o dano no aparelho enquanto chegava à Superintendência da Polícia Federal, Bolsonaro havia atribuído o ato à “curiosidade”.
Da redação/ Com Polêmica Paraíba





