A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estava em casa ás seis da manhã deste sábado (22), horário em que a Polícia Federal efetuou a prisão preventiva do seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Assim que soube da prisão, ela publicou um versículo bíblico:
“¹ Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro.² O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra.³ Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará.4 Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel.5 O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita.6 O sol não te molestará de dia nem a lua de noite.7 O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma.8 O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre”.
A prisão
Bolsonaro foi preso em uma operação da Polícia Federal. A detenção é preventiva, a pedido da própria PF, e não está relacionada ao cumprimento de pena, mas sim a uma medida cautelar autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo informações da própria PF, uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho dele, para a noite deste sábado, motivou a decisão.
Após ser detido, Bolsonaro foi levado em um comboio para a Superintendência da Polícia Federal, onde permanecerá em uma sala de Estado — espaço reservado para chefes de Poder e outras autoridades de alta patente.
Agentes do Instituto Médico-Legal (IML) foram até o local para realizar o exame de corpo de delito e evitar exposição desnecessária.
Em nota oficial, a Polícia Federal confirmou o cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido por decisão do STF:
“A Polícia Federal cumpriu neste sábado (22/11), em Brasília/DF, um mandado de prisão preventiva em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal”, diz a nota.
Ordem pública
A prisão foi decretada para garantir a ordem pública, um dos fundamentos previstos em lei para a adoção da medida. Segundo informou a PF, este tipo de prisão é pedida quando há algum caso grave envolvendo o réu, como plano de fuga, por exemplo. No caso, uma vigília na porta da residência de Bolsonaro poderia causar transtornos no local.
Prisão domiciliar
Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a medida por descumprimento das cautelares impostas anteriormente ao ex-presidente. Segundo Moraes, Bolsonaro utilizou as redes sociais de aliados — incluindo as de seus três filhos parlamentares — para disseminar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.
Condenação e novo pedido da defesa
Em setembro, o STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. A sentença, porém, ainda não transitou em julgado e continua em fase de recursos. A prisão preventiva decretada neste sábado não está vinculada a essa condenação.
Na sexta-feira (21), a defesa de Bolsonaro protocolou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes solicitando que o regime inicial fechado fosse substituído por prisão domiciliar humanitária. Os advogados alegam que o ex-presidente apresenta um “quadro clínico grave”, sofre de “múltiplas comorbidades” e que uma eventual transferência para o sistema prisional representaria “risco concreto à vida”.
Embora tenha reafirmado que pretende recorrer da condenação imposta pelo STF, a defesa argumentou pela urgência da adoção da medida humanitária, buscando garantir que Bolsonaro permanecesse em casa enquanto o processo não fosse concluído.
Redação/Revista Forum
Foto Reprodução





