A Câmara Municipal de Mari vota, poderá votar na manhã dessa quarta-feira (19), o projeto de lei que autoriza a Prefeitura a negociar a dívida acumulada com o MaríPrev, um rombo estimado em mais de R$ 63 milhões. O projeto foi assinado pela prefeita e protocolado no Legislativo na última segunda-feira, abrindo o caminho para um acordo considerado histórico.
Segundo documentos oficiais, a dívida milionária foi formada ao longo de mais de 10 anos, resultado de faltas de repasses patronais, parcelamentos descumpridos e contribuições descontadas dos servidores que não foram repassadas ao instituto. Ano após ano, a falta de regularidade acabou transformando um problema administrativo em um risco real para aposentados e para quem ainda vai se aposentar.
A votação deverá mobilizar tanto os servidores da ativa, preocupados com a sustentabilidade futura da previdência municipal, quanto os aposentados e pensionistas, que dependem do equilíbrio financeiro do MaríPrev para garantir o pagamento mensal dos benefícios.
A prefeita de Marí, Lucinha da Saúde, reforçou que a negociação não é um ato político, mas uma exigência de responsabilidade administrativa diante de uma dívida que se tornou impagável sem intervenção. “Estamos falando de mais de R$ 63 milhões deixados para trás. É uma dívida enorme, construída em muitos anos, e alguém precisa ter coragem de resolver. Estamos fazendo o que nunca foi feito: encarar o problema de frente e dar um rumo seguro à previdência dos servidores”, afirmou.
Lucinha destacou ainda que, após a aprovação, as parcelas do acordo serão descontadas automaticamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), garantindo que o município cumpra o pacto sem colocar em risco o pagamento dos aposentados. “O servidor precisa de tranquilidade. E o instituto precisa de estabilidade. Essa negociação é um divisor de águas”, completou.
O presidente do MaríPrev, Dr. Alfredo Neto, lembrou que o instituto hoje só consegue manter a folha graças a resgates de investimentos, o que não é sustentável. Segundo ele, a aprovação da Câmara é essencial para iniciar a recuperação do sistema previdenciário municipal.
A sessão é considerada uma das mais importantes do ano. Servidores ativos e inativos deverão acompanhar com grande expectativa, esperando que o Legislativo autorize o início da regularização de uma dívida que se arrasta há mais de uma década e ameaça comprometer o futuro previdenciário de todo o funcionalismo.
Redação/ExpressoPB
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