O ex-prefeito Antônio Gomes tenta novamente reescrever a história, mas os números, documentos e o próprio tempo jogam contra ele.
Em declaração ao Portal Voz Ativa, ligado ao seu grupo político, o ex-gestor tenta se colocar como defensor da boa gestão do MaríPrev, o instituto de previdência dos servidores municipais. Mas a verdade é que o rombo de R$ 63 milhões, conforme revelou com exclusividade o ExpressoPB.net, não surgiu de uma “tempestade recente”: foi sendo construído ano após ano, durante gestões que ignoraram alertas, deixaram de repassar valores e trataram o fundo previdenciário como um caixa de conveniência política.
A MATEMÁTICA QUE DESMONTA O DISCURSO:
Antônio Gomes afirma que deixou “R$ 5 milhões aplicados em investimentos” ao final do seu mandato, como prova de responsabilidade. Mas o relatório técnico mostra que, ao fim da sua gestão, a dívida total do município com o MaríPrev era de R$ 63,2 milhões.
Ou seja, os “R$ 5 milhões” que ele cita representam apenas 7,9% do total da dívida. Traduzindo em palavras simples: “É como dever R$ 100 e pagar R$ 7,90, mas querer que o credor aplauda.
O suposto “saldo positivo” é, na prática, gota no oceano de uma dívida que sufoca o instituto há mais de 10 anos.
APROVAÇÃO DE CONTAS NÃO É ABSOLVIÇÃO:
O ex-prefeito também tenta usar a aprovação de contas pelo TCE-PB como “prova de inocência”. Mas essa narrativa esconde uma confusão básica, ou conveniente. A aprovação de contas não significa perdão de dívida. O Tribunal de Contas analisa se os demonstrativos financeiros foram apresentados corretamente, mas não exonera o gestor das obrigações não quitadas. A dívida do MaríPrev continua ativa, registrada e acumulando juros, afetando diretamente o caixa da previdência e, por consequência, o futuro dos servidores.
Os números revelam um quadro dramático: de 2012 a 2024, o município deixou de repassar contribuições devidas.
Enquanto o ex-prefeito aponta o dedo para a atual administração, os relatórios oficiais mostram que foram as suas gestões que plantaram a dívida que hoje ameaça o equilíbrio financeiro do instituto. Ignorar repasses, parcelar débitos e não cumprir acordos virou uma rotina herdada pelo presente.
A verdade é simples: não se apaga uma década de omissão com discurso político.
A dívida de R$ 63 milhões é o retrato de um passado que insistiu em empurrar o problema com a barriga , Hoje, o MaríPrev é o reflexo do que acontece quando a política fala mais alto que a gestão. E a tentativa do ex-prefeito de transformar sua omissão em “orgulho administrativo” só reforça o que os números já comprovaram:
“- quem criou o buraco não pode se apresentar como engenheiro da reconstrução.”
Redação/ExpressoPB
Foto Reprodução: Rede Social





