Preso no início de setembro na mansão onde morava, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, por intermediar compra e venda de armas para o Comando Vermelho, o ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias (ex-MDB), estaria a ponto de delatar o governador do Rio, Cláudio Castro (PL-RJ), e outras autoridades do Estado e teria dito que a chacina, que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, teria sido “queima de arquivo”.
As informações foram divulgadas na noite desta segunda-feira (3) pelo ex-governador Anthony Garotinho (Republicanos) em seu perfil na rede X. Garotinho, que também foi preso após deixar o Palácio da Guanabara, diz que obteve as informações com um agente penitenciário.
“Um agente penitenciário me ligou dizendo que o ex-deputado traficante TH Jóias anda desolado, sentindo-se abandonado por seus ex-amigos. Chegou ao ponto de dizer que se nada for feito por ele vai contar tudo o que sabe de várias autoridades e citou nominalmente o presidente da ALERJ, Rodrigo Bacellar, e o governador Cláudio Castro”, afirma na publicação.
Garotinho continua dizendo que “sem entrar em detalhes, em um tom também misterioso, falou que a operação da semana passada foi uma tentativa de queima de arquivo”.
“Confesso que não entendi, mas ele deve saber bem o que está dizendo”, emendou o ex-governador.
O agente penitenciário ainda teria dito que TH Joias afirma que “se citar o nome de todos os policiais civis e militares que deram proteção a ele ao longo desses anos, dá um efetivo maior que de muitos batalhões”.
“E disse mais, em tom de tristeza: morreram os policiais magrinhos mas a turma grande continua ‘mandando e mamando’. E ainda acrescentou: ‘se eu não sair daqui até o final de novembro, conforme o combinado, vou virar um homem-bomba'”, escreveu Garotinho, concluindo com um “combinado com quem, cara pálida?”, seguido de fotos de TH Joias com Castro e Bacellar.
