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Montada na chacina do Rio, a direita se reorganiza e se lança sem Bolsonaro

O massacre que deixou 117 mortos no Rio de Janeiro marcou uma inflexão na política brasileira.

A extrema-direita percebeu a chance e está deitando e rolando na pauta da segurança pública.

Há um agiornamento sem o golpista Jair Bolsonaro.

As pesquisas que mostraram ampla aprovação à operação policial nas favelas serviram como um sinal.

Parte da opinião pública, desgastada pela escalada da criminalidade, enxergou na violência estatal uma forma de catarse coletiva. A direita radical soube ler o momento para capitalizar esse sentimento. A mídia está dando aquela força.

A ausência de Bolsonaro, às portas da Papuda, abriu espaço para novos porta-vozes do punitivismo. Deputados, governadores e influenciadores digitais agora moldam seus discursos para atender ao clamor por “bandido bom é bandido morto”.

Registro de chacina no Rio
Registro de moradores do Rio mobilizados após operação policial – Tomaz Silva/Agência Brasil

O governo Lula, e a esquerda em geral, estão mais perdidos que cego em tiroteio.

Esse movimento revela um cálculo frio: manter o núcleo autoritário e emocional da bolsonarismo, mas sem Bolsonaro. O novo discurso é menos messiânico e mais pragmático, voltado à exploração do medo — medo da violência urbana, da crise migratória, da desordem social. A promessa é simples: o Estado armado contra o inimigo interno.

Mantém-se a velha lógica de guerra às favelas, com o aval de parte da sociedade que vê nos mortos apenas números. A diferença é que, agora, a extrema-direita tenta dar um verniz de legitimidade institucional.

Se Lula estava pontuando com tranquilidade graças a Eduardo Bolsonaro e suas trapalhadas com Trump, agora surge um novo elemento em disputa.

O resultado é um país em que o autoritarismo se reinventa, adaptado ao novo ciclo eleitoral e ao velho instinto assassino que faz parte da nossa formação.

Redação/DCM
Foto Reprodução 

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