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Em artigo, comunicadora e ativista denuncia tentativa de deslegitimar luta feminina em Mari

Mais uma vez, setores da velha política tentam desvirtuar o debate sobre violência política de gênero em Mari, reduzindo uma pauta urgente e necessária a mera “estratégia de marketing”. Mas o que se viu no evento “Por Ela, Por Elas, Por Mari” foi exatamente o contrário: um ato de coragem, cidadania e empatia, marcado pela presença de mulheres que se recusam a ser silenciadas.

A comunicadora popular e militante do MST, Eva Vilma, autora do artigo que viralizou nas redes sociais, rebateu duramente os ataques de quem tenta minimizar o significado da mobilização. “Defender as mulheres não é marketing, é dever social e humano”, afirma.

O evento foi, segundo Eva, “um grito coletivo contra a violência política de gênero”, e não uma ação de autopromoção. A imagem do abraço entre ela e Dona Lucinha, compartilhada nas redes, tornou-se símbolo desse momento: “Esse abraço não é só afeto, é resistência, é compromisso com o bem comum”, escreveu.

A cena resume o espírito de um movimento que vai muito além da disputa eleitoral: mulheres que se unem para proteger umas às outras, ocupar espaços de decisão e exigir respeito.

Machismo travestido de análise política

Eva denuncia que, em Mari, ainda persiste uma cultura política machista que tenta deslegitimar qualquer protagonismo feminino. “Quando um homem fala de política, dizem que é visão. Quando uma mulher fala, chamam de vitimismo ou autoproteção”, ironiza.

Segundo ela, essa postura é o reflexo de um machismo estrutural que tenta desqualificar e silenciar mulheres que se destacam na política local. “É o medo de perder o controle e o poder. Por isso tentam reduzir nossas pautas a jogo político”, afirma.

A comunicadora reforça que a luta contra a violência política de gênero não tem partido, cor ou lado, e que desqualificar esse debate é ofender todas as mulheres que, diariamente, enfrentam o preconceito, a descredibilização e a violência institucional.

O incômodo da mudança

A mobilização “Por Ela, Por Elas, Por Mari” mostrou que há uma nova força política emergindo na cidade, uma força feminina, coletiva e transformadora. “É natural que isso incomode”, diz Eva. “É natural que cause desconforto em quem sempre esteve acostumado a decidir sozinho. Mas é desse desconforto que nasce a mudança.”

O recado é claro: as mulheres de Mari não pedem mais licença. Elas chegaram para ficar.
E, como lembra Eva Vilma, “gostem ou não, chegaram para transformar”.

Redação/ExpressoPB
Foto Reprodução 

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