A temperatura política dentro do PSB da Paraíba subiu nas últimas horas. O deputado federal Gervásio Maia rompeu o silêncio e demonstrou clara insatisfação com os rumos do partido no estado, acendendo um sinal de alerta dentro da base aliada do governador João Azevêdo. A resposta veio rápida e em tom nada amistoso do secretário de Administração, Tibério Limeira, um dos principais nomes da linha de frente do governo e voz de confiança do Palácio da Redenção. O embate verbal revelou um racha cada vez mais evidente dentro da legenda que sustenta o projeto governista na Paraíba.
Gervásio cobra coerência e espaço político
Em declarações recentes, Gervásio Maia apontou desorganização política dentro do PSB paraibano, insinuando que o partido perdeu lideranças importantes e puxadoras de votos. O parlamentar, que já presidiu a sigla e possui forte base eleitoral, defendeu uma reestruturação urgente para evitar que o PSB chegue fragilizado às eleições de 2026.
As críticas de Gervásio soaram como um recado direto ao núcleo do governo, especialmente àqueles que hoje centralizariam as articulações políticas dentro do partido.
Tibério rebate e eleva o tom
A resposta de Tibério Limeira foi dura e recheada de ironia política. O secretário afirmou que o partido “segue firme sob a liderança de quem está trabalhando e não apenas falando”, em clara alusão a Gervásio Maia. O tom ácido expôs o desconforto entre alas do PSB e colocou luz sobre as fissuras internas que o Palácio tenta minimizar.
Fontes próximas ao governo apontam que Tibério tem se consolidado como um porta-voz informal de João Azevêdo, o que amplia o peso político de suas declarações e, por consequência, o impacto da resposta a Gervásio. O episódio, portanto, vai muito além de um simples desencontro de opiniões: é um sintoma de desgaste e disputa por espaço dentro do principal partido da base.
Risco real ao projeto governista para 2026
A crise no PSB chega em um momento sensível. Com o fim do segundo mandato de João Azevêdo se aproximando, o grupo governista tenta costurar alianças e definir uma sucessão coesa para 2026. O racha interno, porém, pode minar a unidade necessária para garantir a continuidade do projeto.
Analistas políticos avaliam que a falta de sintonia entre lideranças históricas, como Gervásio Maia, e o núcleo administrativo do governo, representado por Tibério Limeira, fragiliza o discurso de unidade e dificulta as articulações regionais. Caso o impasse se agrave, não está descartada a migração de lideranças para outras siglas, o que seria devastador para o PSB na disputa eleitoral de 2026 e, sobretudo, para o projeto de manutenção do poder estadual através do atual vice-governador Lucas Ribeiro (PP), candidato oficial do Redenção.
Um partido dividido, um futuro incerto
O episódio entre Gervásio e Tibério escancara a divisão silenciosa que se alastra dentro do PSB paraibano. No meio desse fogo cruzado, o governador João Azevêdo tenta equilibrar as forças, mas o desgaste já é visível.
Se o PSB não conseguir recompor sua base interna e reconstruir pontes com lideranças históricas, o projeto político que hoje sustenta o governo estadual pode entrar em colapso antes mesmo de 2026 chegar.
Redação/ExpressoPB
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