SIGA-NOS

CENSURADOS | Presidente da Araçá FM confirma censura prévia e ameaça impor “lei da mordaça” contra programas jornalísticos da emissora

A polêmica em torno da Rádio Araçá FM, de Marí, ganhou novos capítulos e vem causando indignação entre diretores, comunicadores e ouvintes. Desde o último sábado (11), quando o presidente da emissora, Zezinho do Evangelho, decidiu suspender o programa “Araçá em Debate” sem apresentar justificativas convincentes, a crise interna na rádio tomou proporções que podem chegar as vias jurídicas.

Os ouvinte da emissora comunitária aguardaram até esta quinta-feira (16) para ouvir a versão da direção sobre a suspensão e de forma surpreendente, o presidente documentou em nota sua investida em censurar o conteúdo que deve ir ao ar sob o argumento de colocar a emissora “no rumo certo”.

O questionamento que se faz é que rumo seria esse, já que é público e notório seu alinhamento politico com um dos ex-prefeito de Marí, a quem o seu filho, que também é diretor da emissora, presta serviço na condição de motorista desse mesmo ex-prefeito e que nesta mesma quinta-feira (11) esteve acompanhando o patrão em um direito de resposta na mesma emissora.

Censura prévia e restrições abusivas

Na nota divulgada nesta quinta-feira (16), Zezinho do Evangelho confirmou a existência de censura prévia, declarando abertamente que continuará “controlando” os conteúdos deixando subtender que vai interferir diretamente na linha editorial dos programas jornalísticos da casa. A atitude, que afronta a Constituição Federal e a Lei de Radiodifusão, é vista pela opinião pública como uma tentativa clara de implantar uma “lei da mordaça” na Araçá FM.

Desde janeiro, comunicadores relatam uma série de restrições arbitrárias impostas pela presidência da rádio. Entre elas, exigências como a apresentação de ofício com 48 horas de antecedência para solicitar espaço no ar e a análise prévia do conteúdo pela direção, medidas consideradas ilegais e contrárias ao princípio da liberdade de imprensa.

Cobrança indevida e perseguição a programas independentes

A situação se agrava com denúncias de que a rádio estaria cobrando pela participação de assessores da prefeitura mesmo quando estas tem caráter de utilidade pública, conforme já foi denunciado por veículos de comunicação no início do ano, algo que fere a ética e os princípios do serviço público de comunicação comunitária.

Em um dos casos mais polêmicos e que ainda não veio a tona foi o do programa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marí, que estava no ar há décadas e que foi retirado da grade de programação após o Presidente Zezinho do Evangelho impor um reajuste financeiro que o sindicato não pôde pagar, resultando na suspensão do programa deste o mês de setembro.

Tentativa de controlar relações pessoais

Além da censura e das cobranças, radialistas denunciam que o presidente estaria tentando restringir até mesmo a vida social dos comunicadores, impondo normas sobre com quem podem ou não manter contato, especialmente com restrição aos integrantes da atual gestão municipal.

A tentativa de controlar não apenas a voz, mas também o comportamento social dos profissionais, é vista como um atentado à liberdade individual e à autonomia jornalística.

Repercussão e apelos por intervenção

Com a repercussão negativa crescente, o Presidente Zezinho do Evangelho, tenta convencer diretores de que suas medidas estão dentro da legalidade e continua criando dificuldade para acesso da população, de órgãos públicos e da sociedade civil em ter acesso aos microfones da emissora. O caso pode configurar abuso de poder e desvio de finalidade no uso de concessão pública de radiodifusão.

A sociedade mariense acompanha com atenção os desdobramentos do caso, que expõe um grave conflito entre interesses políticos e o direito à comunicação livre.

Veja a nota publicada no instagram da emissora e lida no programa “Liberdade de Expressão” nesta quinta-feira (16):

Enquanto isso, o Presidente da Araçá FM, continuará intimidando os radialistas principalmente dos programas jornalísticos sob a ameaça de serem expulsos de suas funções se não entrarem nas “regras de sua cartilha”.

Redação/ExpressoPB
Foto Reprodução 

Comentários