O movimento de retaliação política iniciado pelo governo Lula após a derrota na votação da MP do IOF pode ter reflexos diretos na Paraíba. A medida provisória, considerada essencial pelo Planalto para manter o equilíbrio das contas públicas, foi rejeitada pela Câmara dos Deputados e já começou a provocar demissões de indicados políticos ligados a parlamentares que votaram contra ou se ausentaram da sessão.
Na sexta-feira (10), o governo exonerou cinco superintendentes regionais de ministérios ligados ao MDB e ao PSD, além de assessores e dirigentes em estatais como Correios e Caixa Econômica Federal. Segundo apuração da Folha de S.Paulo, a orientação do Planalto foi direta: quem não estiver com o governo, sai do governo.
Na bancada paraibana, o alerta é claro. Deputados Aguinaldo Ribeiro (PP), Mersinho Lucena (PP) e Damião Feliciano (União Brasil) não participaram da votação, o que dentro do Palácio do Planalto foi interpretado como infidelidade silenciosa.
Com isso, indicados políticos desses parlamentares que ocupam cargos federais na Paraíba podem entrar na lista de exonerações nas próximas semanas. Fontes ligadas à base governista afirmam que a ação será gradual e seletiva, priorizando cortes em funções de confiança em ministérios e órgãos federais instalados no estado.
Um interlocutor próximo ao governo resumiu o clima em Brasília: “Lula não vai mais segurar a bronca de quem não segura o governo.”.
Repercussão da MP do IOF
A MP do IOF, que previa aumento da tributação sobre bancos, fundos de investimento e apostas online, tinha impacto estimado em R$ 20 bilhões no Orçamento. A derrota, por 251 votos a 193, foi vista como um baque político para o governo Lula e desencadeou a ofensiva sobre os chamados aliados infiéis.
Se confirmadas, as exonerações na Paraíba podem evidenciar rachas entre partidos da base governista no estado e servir de teste para medir o poder de fogo do Planalto na cobrança por lealdade dentro da bancada federal.
Redação/Polêmica Paraíba
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