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CONTRATAÇÕES PRECÁRIAS EM MARI: Ex-prefeito tenta culpar sucessora por problema que ele mesmo ignorou

Uma matéria publicada por um blog alinhado ao ex-prefeito Antônio Gomes tenta responsabilizar a atual gestão por suposto “inchaço” da folha de pagamento e pelo excesso de contratos temporários. Mas documentos oficiais do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) desmontam a narrativa: em 2024, ainda durante a administração de Antônio Gomes, dois alertas sobre contratações precárias foram emitidos e ignorada pelo gestor que deixou a herança para sua sucessora.

ALERTAS IGNORADOS POR ANTÔNIO GOMES

O TCE-PB emitiu dois alertas formais contra a Prefeitura de Mari em 2024, quando Antônio Gomes ainda era prefeito:

– Alerta nº 00641/24 – emitido em 11 de junho de 2024, apontando excesso de contratações temporárias em relação ao número de servidores efetivos.

– Alerta nº 01488/24 – emitido em 25 de setembro de 2024, reiterando o problema e alertando para reflexos eleitorais, trabalhistas, cíveis e criminais.

Ou seja, o problema que hoje o ex-prefeito aponta como “irresponsabilidade” da gestão atual nasceu e se manteve durante sua própria administração, sem que tivesse adotado qualquer providência.

CRESCIMENTO DA FOLHA: VERDADE VERSUS NARRATIVA

O blog alega que em novembro de 2024 a folha fechou em R$ 2.907.000,00, contra R$ 3.783.549,26 em agosto de 2025, insinuando um aumento de “quase R$ 1 milhão”. Porém, a diferença real é de R$ 876.549,26. E mais: o cálculo desconsidera fatores que impactaram diretamente a folha, todos legítimos e obrigatórios, a exemplo do reajuste do salário mínimo (+7,5%), do magistério (+8%), implantação de insalubridade a ACS e ACE e reajuste de subsídios de prefeito, vice e secretários, aprovados ao longo do período.

 COMISSIONADOS E TEMPORÁRIOS: CENÁRIO HERDADO

Atualmente, a Prefeitura de Marí conta com 150 Cargos comissionados (dados de agosto), enquanto esse número totalizou 203 na gestão de Antônio Gomes.

A existência de 449 Contratos temporários existentes na gestão do ex-prefeito, já colocava o município entre aqueles que ultrapassavam o limite de 30% fixado pelo TCE, sem que providências fossem adotadas.

O quadro atual se agravou porque o número de efetivos caiu de 771 para 576,  deixando 195 vagas em aberto que precisaram ser cobertas temporariamente para manter escolas, postos de saúde e serviços funcionando.

TCE NÃO CONFIRMOU DENÚNCIA: APENAS REFORÇOU REGRA GERAL

O ofício do TCE-PB citado pelo ex-prefeito não foi uma “confirmação” de denúncia contra Mari, mas um alerta geral a todos os municípios paraibanos sobre a Resolução Normativa RN-TC nº 04/2024, que fixa em 30% o limite de temporários em relação aos efetivos.

Diferente da omissão anterior, a atual administração anunciou que irá firmar um Pacto de Adequação de Conduta Técnico-Operacional, mecanismo criado pelo próprio TCE-PB para ajustar gradualmente os quadros sem comprometer os serviços públicos.

Hoje, a narrativa de “alerta confirmado” não passa de uma tentativa de distorcer fatos para atacar adversários, escondendo que os problemas atuais são consequência direta da irresponsabilidade de quem agora tenta apontar culpados.

Redação/ExpressoPB
Foto Reprodução 

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