A Polícia Civil finalizou a investigação sobre o assassinato do professor de jiu-jítsu Thiago Louzada Charpinel Goulart, de 43 anos, revelando que o crime foi motivado por um desejo de vingança alimentado por sua sogra, Vanda de Oliveira Rosa, de 54 anos.
Desde 2018, Vanda criou uma história falsa, acusando o genro de abusar da filha, o que levou traficantes a decretarem a morte dele.
Ela estava convencida de que o seu genro tinha envolvimento na morte de sua filha, que faleceu alguns dias depois de dar à luz à neta do casal. Além disso, os dois tinham opiniões conflitantes sobre como criar a menina, que atualmente tem 6 anos.
Segundo o delegado Rodrigo Sandi Mori, responsável pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, Vanda canalizou sua mágoa em um elaborado plano de assassinato.
Ela era fria, dissimulada e calculista. Desde o início suspeitamos da participação dela, porque seu depoimento era fantasioso e incoerente
afirmou Rodrigo Sandi Mori
A motivação para o crime teve início anos atrás. Em 2018, Thiago e sua esposa deram à luz uma filha, mesmo cientes dos riscos que a gestação representava para a saúde da mãe, que havia sido diagnosticada com pré-eclâmpsia.
Infelizmente, a mulher morreu poucos dias após o parto. Desde esse trágico acontecimento, a responsabilidade pelo cuidado da criança recaiu sobre a avó materna, Vanda, o que provocou frequentes desentendimentos entre ela e o pai da menina.
A polícia revelou que Vanda responsabilizava o genro pela morte de sua filha e frequentemente discutia com ele sobre a educação da neta. O pai era contra a menina usar maquiagem, sapatos de salto alto e participar de redes sociais, onde reproduzia coreografias inadequadas para sua idade.
No ano de 2018, Thiago era casado com a filha de Vanda. Os dois sabiam que não poderiam ter filho, porque a gravidez geraria um grande risco para a mãe e também para a criança. (…) Quando ocorreu o parto, poucos dias após, a mulher faleceu. (…) Isso já gerava uma certa mágoa na Vanda, porque ela acreditava que a culpa da morte da filha teria sido por causa do Thiago, que teria engravidado a filha, e eles sabiam que ela tinha aquela pré-eclâmpsia
Rodrigo Sandi Mori
Conflito pela guarda de criança desencadeia tragédia
Thiago, um dedicado professor de jiu-jítsu, também atuava como educador físico e motorista de aplicativo. Ele se tornou vítima de uma emboscada meticulosamente arquitetada por sua sogra. A mulher, em um ato extremo, acusou falsamente o genro de abusar da filha, o que levou traficantes a executarem uma sentença de morte contra ele.
Thiago estava em meio a um processo judicial para conseguir a guarda definitiva de sua filha. De acordo com Sandi Mori, para impedir que isso ocorresse, Vanda buscou o chefe do tráfico local e acusou o professor de abusar sexualmente da criança.
“Em razão disso, 15 dias antes do crime, Vanda foi até o chefe do tráfico (…) e disse para ele que a criança estava sendo abusada sexualmente pelo pai. E todos nós sabemos que no código do tráfico, estupradores e molestadores de crianças são punidos com a morte”, explicou o delegado.
Participaram do crime
Luiz Fernando Moreira Souza, de 30 anos, conhecido pelo apelido de Mancha, é apontado como o líder do tráfico na área e o responsável por ordenar o crime.
Redação/O Segredo – Por Beatriz Carvalho
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