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“Anistia” em troca de isenção do IR é “armadilha” de Paulinho, Aécio e Temer, diz vice líder do PT

Vice-líder do PT na Câmara, Rogério Correia (PT-MG) afirmou que Paulinho da Força (Solidariedade-SP) está criando uma “armadilha”, em conluio com a ultradireita e o Centrão, ao atrelar a votação do chamado “PL da Dosimetria” à proposta do governo Lula que isenta do Imposto de Renda milhões de brasileiras que têm rendimento de até R$ 5 mil mensais.

“O Paulinho insinuou que se não votássemos o PL da anistia, não votariam o IR. Se referia ao Centrão. Além disto, segundo ele, o PL votaria a favor do relatório da dosimetria e caso o PT votasse contra, o que já temos definido por unanimidade, não haveria compromisso do Centrão de derrubar uma emenda de anistia irrestrita que seria apresentada pelo PL. Ou seja, uma armadilha já estaria em curso para aprovar anistia a Bolsonaro”, afirmou Correia à Fórum.

Segundo o deputado, a “armadilha” junto a partidos do Centrão, especialmente com a federação PP-União – que tem a maior bancada, com 109 deputados – e o Republicanos, de Tarcísio Gomes de Freitas, estaria sendo articulada pelo ex-presidente golpista, Michel Temer (MDB), e Aécio Neves (PSDB), com quem Paulinho se reuniu logo que foi alçado a relator da “Anistia”, transformada em PL da Dosimetria pelo trio.

“Algo vindo de Aécio e Temer só pode dar em traição. Votaremos contra dosimetria e anistia, para proteger a decisão do STF e a democracia. E estamos convocando o povo a estar atento e exigindo a votação da isenção do IR versus a anistia para golpista”, disse Correia.

A “traição” foi pulverizada após encontro de Paulinho da Força com a bancada do PT. Em entrevista ao lado do líder, Lindbergh Farias (PT-RJ), o relator afirmou que iria falar com Motta para definir a votação do chamado PL da Dosimetria na próxima semana.

“Eu vou falar com Hugo Mota ainda hoje para acertar o calendário da votação, mas acho e tudo leva a crer que é possível votar na próxima terça-feira”, disse Paulinho.

Em seguida, já deixando os microfones, ele foi indagado: “antes do IR”, em relação à medida do governo. “Acho até que se não votar isso, não vai votar IR”.

A declaração causou surpresa em Lindbergh Farias, que chegou a publicar um vídeo nas redes sociais denunciado a manobra. O líder do PT, no entanto, apagou a publicação após Motta negar o acordo.

“Não existe isso, não há vinculação de uma pauta com outra”, afirmou o presidente da Câmara.

“Garanto a pauta do IR para quarta-feira. Não há vinculação dessa pauta com nenhuma outra. A matéria está madura depois de ter passado na comissão especial, depois de ter a urgência aprovada por unanimidade, depois de o relator ter ido ao colégio de líderes explicar o relatório”, emendou entrevista ao jornal O Globo.

“A Câmara vai enfrentar essa pauta na quarta-feira independente de qualquer outra pauta. Não tem nada a ver uma coisa com a outra”, enfatizou.

Redação/Forum
Foto Reprodução 

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