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PEC DA BLINDAGEM | Enquanto Hugo Motta defende aprovação, Veneziano detona: “Um tapa na face do brasileiro e da brasileira”

A aprovação da PEC da Blindagem, também chamada de PEC 3/2021 das Prerrogativas, provocou um choque de visão entre dois políticos paraibanos nesta quarta-feira (17), com declarações fortes e contraditórias entre eles: o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Enquanto Motta defende o texto aprovado, em apoio à autonomia dos deputados, Veneziano acusa o projeto de ser um ataque aos princípios democráticos, que favorece a impunidade.

Motta: “retomar garantias constitucionais” e fortalecer mandato parlamentar

Para Hugo Motta, o objetivo da PEC é simples e claro: restaurar o que já está na Constituição de 1988, fortalecendo o mandato parlamentar. Ele afirma que houve um compromisso com o mandato e com a representação dos deputados, sobretudo diante de “atropelos e abusos contra colegas”, que, segundo ele, justificam uma blindagem maior.

“A decisão, com apoio da maioria do Colégio de Líderes, é para que este Plenário possa deliberar sobre as garantias constitucionais de que nossos mandatos precisam.”, declarou Motta.

Ou seja, de acordo com o deputado, a PEC da Blindagem se justifica como uma forma de resguardar os direitos do legislativo diante de pressões externas e decisões judiciais que, na interpretação dele, extrapolariam limites.

Veneziano: impunidade, violação legal e agressão à sociedade

Em contraposição direta, Veneziano Vital do Rêgo classificou a PEC como “descabida”, uma violação a princípios legais, e usou termos bastante impactantes: “PEC da impunidade”, “vale-tudo”, “agressão à sociedade brasileira”. Ele afirmou que votará contra no Senado, considerando que a aprovação na Câmara foi uma surpresa negativa para grande parte da população. Seus pontos centrais:

  • A PEC viola princípios constitucionais e legais fundamentais;

  • A medida favorece a impunidade, ao dificultar controles externos ou judiciais sobre parlamentares;

  • É insultuosa com os cidadãos, ao desconsiderar preocupações com transparência, prestação de contas e responsabilidades institucionais;

  • Foi descrita como “um tapa na face do brasileiro e da brasileira”, expressão que sintetiza o repúdio público que ele acredita que o texto cause.

Expresso aponta as principais contradições entre as visões do deputado e do senador

Tema Hugo Motta Veneziano Vital do Rêgo
Finalidade Defesa do mandato parlamentar, autonomia, proteção contra abusos. Violação de princípios, favorecimento da impunidade, ataque à democracia.
Base legal Retomada do texto constitucional de 1988; resguardo de garantias. Descabida em face das normas constitucionais; possível afronta aos princípios da legalidade e igualdade.
Impacto pretendido Fortalecimento institucional dos deputados, segurança jurídica. Enfraquecimento de mecanismos de controle, agressão moral ao cidadão.
Percepção pública Necessidade de blindagem para evitar abusos. Protesto popular, indignação, quebra de confiança pública.

Por que essa disputa importa e o que está em jogo

A disputa vai além da retórica: coloca em confronto temas sensíveis como imunidades parlamentares, controle externo do mandato, transparência, prestação de contas e os limites do poder legislativo frente aos demais poderes. Para cidadãos preocupados com governança e justiça institucional, a PEC desponta como um divisor de águas.

Enquanto Hugo Motta argumenta que restaurar prerrogativas constitucionais é imperativo para a dignidade e autonomia do mandato, Veneziano Vital do Rêgo rebate que a proposta representa um retrocesso, uma agressão aos princípios da legalidade e da igualdade, e uma afronta direta à sociedade. A polarização revela muito mais do que discordância política: mostra um embate sobre o que significa, neste momento, exercer poder público com responsabilidade. E, sobretudo, o que estamos dispostos a permitir ou rejeitar no contrato democrático com o cidadão brasileiro.

Redação/ExpressoPB
Foto Reprodução 

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