O ex-prefeito de Marí, Antônio Gomes, voltou a protagonizar declarações polêmicas na cena política paraibana. Durante o programa A Voz da Paraíba, transmitido nesta sexta-feira (03), direto da capital João Pessoa, ele disparou críticas ao governador João Azevêdo, que se articula para disputar uma vaga ao Senado em 2026.
A fala, no entanto, chamou atenção menos pelo conteúdo e mais pela forma: Antônio Gomes pareceu se colocar como referência política estadual, comparando as escolhas de João às suas próprias decisões enquanto prefeito de Marí. “João Azevedo não soube conduzir o pleito eleitoral do sucessor. Se ele tivesse a coragem de fazer, como eu fiz… mesmo que escolhesse errado, como eu escolhi errado,” disparou Antônio Gomes.
As palavras do ex-prefeito carregam uma contradição difícil de ignorar. Há menos de uma semana, em uma live, Antônio Gomes pediu perdão ao povo de Marí, afirmando ter errado ao impor o nome de sua sucessora, a atual prefeita Lucinha da Saúde. Agora, usa exatamente esse “erro” como parâmetro para criticar o governador João Azevêdo. Ou seja, o ex-prefeito transforma uma confissão de falha em argumento político, como se sua trajetória pessoal pudesse servir de lição ao governador, mesmo tendo resultado em divisões internas, perseguições e crises que ainda reverberam na política de Marí.
Antônio Gomes também afirmou publicamente que seu candidato a senador é Veneziano e que, chegou a considerar votar em João Azevêdo também. Porém, teria desistido de apoiá-lo por achar o governador “grosso” e “despreparado”. “Eu acho que ele (João Azevedo) não vai querer o voto de Cícero. Então, quem não quer o voto de Cícero, não quer o voto dos amigos de Cícero”, afirmou, referindo-se a si mesmo como peça central nesse tabuleiro.
Enquanto tenta se posicionar como figura de peso no debate estadual, as próprias declarações do ex-prefeito de Marí escancaram a fragilidade de seu discurso: pedir perdão por um erro político e, dias depois, usar esse mesmo erro como prova de “coragem” é, no mínimo, incoerente.
Redação/ExpressoPB
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