Caso “Maníaco da Bíblia” – Era noite de sábado em Manaus quando uma jovem de 25 anos entrou no carro do motorista de aplicativo Marcelo Gustavo Lima da Silva, 38 anos, achando que era apenas mais uma corrida normal. Minutos depois, ele desviava o trajeto, levava-a para a escuridão da Marina do Davi, na Ponta Negra, e a estuprava sob ameaça de uma faca.
O que veio depois foi ainda mais perturbador: o maníaco abria uma Bíblia e lia versículos sagrados para a vítima, como se aquela violência fosse um ritual.
Essa cena macabra, revelada pelo Portal Tucumã em 2023, foi apenas a primeira de uma série. Seis mulheres corajosas vieram a público, uma com denúncia de estupro consumado, cinco de tentativa. Marcelo sumiu. Apagou rastros, não movimentou contas, não usou chips registrados. Tornou-se um fantasma.
Até esta manhã de quarta-feira (3).
Prisão do “Maníaco da Bíblia”
Por volta das 9h30, em Monte Alegre, no interior do Pará, policiais civis do Amazonas e do Pará fecharam o cerco. Marcelo foi preso, vivendo sob identidade falsa, longe dos holofotes que seu caso gerou.
Dois anos de trabalho técnico e de inteligência do 8º Distrito Integrado de Polícia (DIP) de Manaus, coordenado pelo delegado Costa e Silva, finalmente trouxeram o maníaco de volta à jaula.
O modus operandi do horror

Além da leitura de versículos pós-crime, um elemento que chocou até investigadores experientes, o “Maníaco da Bíblia” fazia perguntas perturbadoras às vítimas.
Em um dos casos, questionou se “era bom fazer sexo grávida”. Em todos, usava a mesma tática: aceitava corridas, desviava para áreas escuras, ameaçava com uma faca e violentava.
Sua fuga foi tão meticulosa quanto seus crimes. Não havia registro de embarque em aeroportos, movimentação financeira ou comunicação digital em seu nome.
Coragem das vítimas

A virada no caso veio com a coragem de uma das vítimas, que escapou de uma tentativa de estupro e divulgou a foto de Marcelo nas redes.
Sua denúncia pública encorajou outras mulheres a quebrarem o silêncio. O aplicativo de transporte que ele usava o bloqueou imediatamente, mas ele já havia evaporado.
Agora, Marcelo responderá por estupro em concurso material. Cada crime pode render de 6 a 10 anos de prisão. Com múltiplas vítimas, a pena pode ultrapassar 30 anos.
Redação/Portal Tucumã
Foto Reprodução – Arte: Matheus Fernandes





