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ANÁLISE | Pilões chega aos 72 anos entre festas e desafios: o que realmente há para comemorar em um dos municípios mais pobres da PB?

A cidade de Pilões, no Brejo paraibano, completou no último dia 20 seus 72 anos de emancipação política. As ruas ganharam música, a praça foi palco de festa, e a população celebrou mais um aniversário. No entanto, por trás da comemoração, ecoa uma pergunta inevitável: o que realmente Pilões tem a festejar quando figura entre os cinco municípios mais pobres da Paraíba?

Segundo dados de novembro de 2024 do IBGE/IPEA e da Fundação João Pinheiro, Pilões aparece ao lado de Cajazeirinhas e outros municípios em situação alarmante no ranking dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. A beleza natural da região, marcada por paisagens exuberantes, contrasta de forma cruel com a realidade social: um povo generoso e trabalhador que ainda enfrenta diariamente os reflexos da pobreza estrutural.

O contraste entre a festa e a realidade

Enquanto a música embalava o aniversário da cidade, os números revelam um Pilões que carrega feridas profundas. A cidade concentra um dos maiores percentuais de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Falta infraestrutura, sobram carências básicas, e o que se vê é a ausência histórica de políticas públicas efetivas capazes de transformar a realidade social e econômica do município.

Pilões no mapa da desigualdade

Estar entre os municípios mais pobres da Paraíba não é apenas um dado estatístico: é reflexo direto da falta de oportunidades. Educação precária, saúde frágil e economia pouco diversificada formam o retrato de uma cidade que, apesar de ter sido abençoada pela natureza, continua dependente de ações emergenciais e paliativas, sem um planejamento de desenvolvimento sustentável.

O que esperar do futuro?

A pergunta que paira após os 72 anos de emancipação é: Pilões vai continuar celebrando aniversários com festa na praça, mas sem avanços concretos? Ou haverá um movimento político e social capaz de romper o ciclo da pobreza e resgatar o verdadeiro potencial da cidade?

A resposta depende de gestores comprometidos, mas também da mobilização popular. Pilões precisa de investimentos em educação, geração de emprego e infraestrutura, e não apenas de eventos pontuais que, embora alegrem, não transformam.

Reflexão necessária

Pilões pode até comemorar sua história, mas não pode fechar os olhos para seu presente. A festa não deve apagar o alerta que os indicadores sociais gritam: o município precisa de mudança estrutural urgente. E a pergunta que fica, diante dos 72 anos, é se os próximos aniversários serão apenas mais uma data marcada por shows e bandas, ou se finalmente serão lembrados como o início de uma nova era para o povo pilonense.

Redação/ExpressoPB
Foto Reprodução 

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