O empresário Renê da Silva Nogueira Junior, acusado de assassinar o gari Laudemir de Souza Fernandes, recebeu uma declaração da esposa meses antes do crime
O empresário Renê da Silva Nogueira Junior, acusado de assassinar o gari Laudemir de Souza Fernandes, recebeu uma declaração pública de sua esposa meses antes do ocorrido. Em março de 2024, Ana Paula Balbino expressou seus sentimentos e teceu elogios ao marido.
Gostaria de falar do homem de caráter irrefutável. Um cidadão que se preocupa com as pessoas que estão sobre sua gestão ou não. Justo, empático, amável e adorado pela família e amigos. Cristão e patriota, é exemplo para muita gente quanto ao quesito superação escreveu ela.
Essa declaração ressurgiu nas redes sociais, gerando polêmica. Uma internauta comentou: “Misericórdia, que loucura. Investiguem essa delegada, vai saber quantas vezes ela favoreceu os crimes desse elemento“. Outra pessoa ironizou: “Parece piada isso“. Um terceiro usuário acrescentou: “Pelo visto o caráter dele é igual o dela”.
O crime
Laudemir de Souza Fernandes, conhecido por seus colegas como um homem de “coração gigante“, estava trabalhando na Rua Jequitibá, na região oeste de Belo Horizonte, realizando a coleta de lixo. O caminhão de coleta, como de costume, ocupava parte da via quando o veículo de luxo dirigido por Renê da Silva Nogueira Junior se aproximou.
A motorista do caminhão relatou que o empresário, visivelmente irritado, começou a fazer ameaças, chegando a apontar uma arma e dizer: “Se você esbarrar no meu carro, vou dar um tiro em você“. A motivação para o crime teria sido a obstrução da passagem do carro de luxo na rua.
Em um gesto corajoso, Laudemir e outros colegas tentaram intervir e acalmar a situação, mas a tensão rapidamente se intensificou. Foi nesse momento que o empresário disparou, atingindo Laudemir na região do abdômen.
A vítima foi socorrida por populares e levada ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu aos ferimentos, deixando esposa, uma filha de 15 anos e uma mãe idosa.
O caso causou grande comoção entre familiares e colegas de trabalho, que lamentaram a perda de um profissional dedicado e querido. A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) também emitiu uma nota de pesar, classificando a violência como “injustificável“.
Horas após o crime, Renê foi localizado e preso pela Polícia Militar em uma academia na Avenida Raja Gabaglia. A detenção, no entanto, veio acompanhada de um detalhe que levantou questionamentos: o suspeito, que se descrevia em suas redes sociais como “cristão, esposo, pai e patriota“, negou o crime em depoimento, mas admitiu que a arma era de sua esposa, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira.
A corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) foi acionada para investigar a delegada, a fim de verificar se houve omissão de cautela na guarda da arma, já que o equipamento de uso particular foi utilizado em um homicídio. Além da arma do crime, outras duas armas foram apreendidas na residência do casal.
Redação/O Segredo
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