Jorge Bezerra da Silva, de 30 anos, adentrou o tribunal do júri com expressão séria, fixando o olhar nos parentes da vítima. Ele é acusado de assassinar a facadas a ex-companheira, Priscilla Monnick Laurindo, de 28 anos, em janeiro de 2022.
O assassinato ocorreu na presença da filha do casal, que na época tinha apenas dez meses. Após mais de três anos preso, Jorge se viu diante do conselho de sentença que decidiria seu destino. Demonstrando total desinteresse pelo resultado, mesmo na presença do juiz, Jorge ameaçou a irmã da ex-companheira.
E eu vou mandar matar Vitória e lá de dentro mesmo. Eu mandei uma vez, erraram a casa. Vou mandar de novo disse.
O juiz questionou se as ameaças foram registradas, e o homem respondeu com ironia. “Tô nem ai. Pode me dar 100, 200 anos de cadeia. Tô nem ai. Vou mandar matar. Eu tô afirmando”, disse.
Insatisfeito em apenas ameaçar na frente do juiz, Jorge se virou para a irmã da vítima e repetiu as palavras, agora com um tom de deboche.
As ameaças sempre foram uma marca registrada de Jorge. Mesmo encarcerado, ele encontrava maneiras de se comunicar com a família da ex-companheira.
Em uma mensagem, ele propôs um tipo de acordo. Escreveu que, se desistissem do processo e apoiassem sua liberdade, ele deixaria o estado ou até mesmo o país. No entanto, se continuassem buscando justiça, a irmã da vítima pagaria o preço com a vida.
O magistrado que presidiu o julgamento ficou chocado com a atitude do acusado diante do tribunal.
Em tantos anos de magistrado, eu nunca vi alguém desse jeito. Ele não falou, ele gritou que fará. Portanto ele tem que ter uma pena que ele possa esquecer do que ele disse aqui, tanto que ameaçou a irmã da vítima. Eu nunca vi algo desse jeito disse o juiz Abner Apolinário da Silva.
Jorge foi condenado por feminicídio a 29 anos e 8 meses de prisão, em regime fechado, além do pagamento de indenização no valor de 10 salários mínimos, pouco mais de R$ 15 mil.
Redação/O Segredo
Foto Reprodução





