Na tarde deste domingo (22), a tradicional calmaria serrana de Bananeiras foi embalada ao som do forró, da sanfona e… das articulações políticas. O responsável por esse agito com cheiro de milho assado e acordes de bastidores foi o deputado estadual Eduardo Carneiro, que mais uma vez abriu as portas da sua residência no condomínio Yes Banana para receber os nomes graúdos da política paraibana. E olha, não faltou prestígio, faltou foi espaço pra tanto cacique.
O Forró dos Carneirinhos, como é carinhosamente (ou estrategicamente) chamado, já virou parada obrigatória no circuito junino do poder. Começou quando Eduardo ainda era vereador da capital e, com o tempo, virou um arraial político de primeira classe. Este ano, o evento parece ter ultrapassado o status de “encontro festivo” para se tornar quase um soft launch da chapa majoritária de 2026.
Estavam lá: o governador João Azevêdo, cada vez mais com cara de candidato ao Senado; o vice-governador Lucas Ribeiro, que circulava como quem sabe que seu nome está no jogo para assumir o governo; o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta, tratado como estrela do rolê e, cá pra nós, não foi à toa; o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, mostrando que sabe dançar conforme a música; além do prefeito de Patos, Nabor Wanderley, apelidado pelos mais maliciosos presentes como “o prefeito da paz e do Senado”.
Ao lado de Eduardo, o irmão Fábio Carneiro, vereador de João Pessoa, ajudava a recepcionar os convidados com sorriso largo e olho clínico nos detalhes. A festa era junina, mas a pauta era 100% eleitoral. Conversas em cantos de varanda, cochichos no canto da sala e muita troca de olhares cúmplices entre uma garfada de canjica e um gole de licor.
Ali, no salão decorado com bandeirolas, ventilava-se a ideia de que parte significativa da futura chapa majoritária estava presente — ou pelo menos, seus articuladores. E como em todo bom forró, quem dança bem, lidera. Quem pisar no ritmo errado, pode acabar fora da quadrilha.
A festa termina, mas o recado fica: na casa dos Carneiro, o clima é de festa, mas a política nunca deixa de ser prato principal. O São João está pegando fogo — e a fogueira das articulações também.
Por: Napoleão Soares
