O DJ Alok transformou a noite deste sábado (14) em um espetáculo tecnológico e musical durante o São João 2025 de Campina Grande, além de um show de drones que fez referência a símbolos da cultura nordestina e uma representação de Luiz Gonzaga no céu de Campina Grande.
Sob uma fina garoa que caiu sobre o Parque do Povo no início da madrugada, o artista protagonizou uma apresentação marcada por beats intensos, variações de luzes e lasers. O show de Alok teve como destaque um espetáculo de 300 drones que, por cerca de 15 minutos, desenharam no céu imagens emblemáticas da cultura nordestina: balões, chapéu de couro, uma sanfona e até mesmo o rosto de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, ganharam forma em um balé aéreo sincronizado.
Embora o setlist tenha sido dominado por faixas de música eletrônica, com grandes sucessos de sua carreira, o show trouxe poucas menções ao forró e pouca mudança ao show do próprio artista no ano anterior no mesmo evento. Ainda assim, o artista buscou equilibrar seu estilo com o contexto cultural da festa, entregando um espetáculo sensorial que já se tornou sua marca nos palcos juninos nos últimos anos.
Após a apresentação no palco principal do Maior São João do Mundo, Alok conversou com o g1 e falou sobre a recepção que recebe no São João e o desafio de se inserir em um espaço tradicionalmente ocupado por artistas de forró e música regional.
“No começo sempre teve uma grande resistência de ter Alok no São João e eu entendo perfeitamente, porque de alguma maneira tem uma tradição, daí colocar um DJ… A forma como eu me adequei foi buscando trazer uma setlist que tivesse referências. Hoje a gente fez um show de drone que a gente fez homenagem também ao Luiz Gonzaga, trouxe vários clássicos. Então eu acho que todo artista que foge do gênero tradicional, o São João deveria também se adequar”, afirmou o DJ, reforçando que a intenção é sempre respeitar a cultura local.
Na mesma linha, Alok refletiu sobre o papel de sua música em criar conexões entre gerações e tornar a experiência do São João mais abrangente e diversa. Para ele, estar na festa é também uma forma de promover o diálogo entre diferentes públicos e ampliar os horizontes culturais do evento.
“Em respeito a esse momento cultural que a gente vive aqui, porque é muito importante, sabe? Eu acho que o São João tem uma tradição que nunca pode se perder. Só que ao mesmo tempo, eu entendo que quando você traz, por exemplo, no meu caso, eu sinto que existe uma conexão transgeracional. Muitas pessoas, às vezes, estão assistindo, talvez não sejam muito fãs do São João, mas acabam também tendo uma apreciação e acabam trazendo uma conexão entre pais e filhos e tal. E o que é importante também, de alguma maneira, é estar sempre revitalizando a cultura de São João”, explicou.
Ainda na entrevista, o artista falou sobre a exclusividade de suas performances em eventos populares como o de Campina Grande. Ele destacou que o formato apresentado no Parque do Povo é pensado especialmente para a ocasião e que sente representar o Brasil em cada palco que pisa.
“Enquanto as pessoas quiserem que eu esteja aqui, eu vou estar aqui fazendo o meu melhor, porque, de alguma maneira, eu sempre tento trazer também uma experiência que é imersiva, uma experiência que acaba trazendo uma dinâmica diferente também para o contexto do evento”, comentou Alok.
Questionado sobre sua atuação em projetos sociais e se haveria interesse em desenvolver ações voltadas especificamente para a preservação e valorização da cultura nordestina, Alok explicou que, embora esse não seja o foco central de sua iniciativa, já existem investimentos significativos na região. Ele também se mostrou aberto a novas ideias.
“Olha, a gente não busca em si esse tipo de coisa, a gente busca sempre projetos de alguma maneira que trazem dignidade em várias questões. Aqui no Nordeste, a gente já investiu mais de 4 milhões de reais nos últimos 3 anos. Então, de alguma maneira, acaba tendo sim, alguns pequenos projetos acabam tendo ali um acolhimento da questão cultural, mas não é esse o nosso foco. Mas é uma boa ideia. De repente a gente pode fazer sim. Mas se tiver projeto para recomendar, a gente está sempre aberto”, finalizou.
Redação/G1 PB





