Nos últimos dias, a prefeita Lucinha da Saúde vem sendo alvo de críticas e denúncias envolvendo nepotismo em sua administração à frente da Prefeitura de Marí. A gestão rebateu esclarecendo que muitos que constam na suposta lista de nepotismo não são familiares da prefeita, outros que estão na lista são concursados a anos e outros são apenas vizinhos e/ou amigos. Mas será mesmo que essa prática de empregar parentes em cargos na gestão começou agora? Basta uma análise comparativa entre o atual governo e gestões anteriores, especialmente a do ex-prefeito Antonio Gomes, para se ver que o “problema” é mais antigo do que se tenta apresentar à opinião pública.
Embora parte da oposição tente pintar um cenário catastrófico desde que Lucinha assumiu a prefeitura, a realidade é outra e vem de décadas.
Durante os mandatos de Antonio Gomes (2017–2024), diversos membros de sua família ocuparam cargos de primeiro escalão e outros detinham o comando de outro poder, como é o caso do seu filho Alisson Gomes, que eleito vereador presidiu a Câmara Municipal por seis anos e quase não queria sair, deixando o comando do poder legislativo após ameaça de ação judicial por parte de seus colegas.
Na prefeitura, outros filhos de Antonio comandaram os cargos estratégicos de governo:
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Rosemagna Gomes, filha, assumiu a Secretaria de Educação de 2027 a 2023.
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Allan Gomes, também filho, ocupou o cargo de Chefe de Gabinete.
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As noras também estavam em postos estratégicos:
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Aline Nobrega (esposa de Alisson) foi Secretária de Finanças e continua até a data desta quinta-feira, 12 de junho de 2025.
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Severina Isabelly (esposa de Allan) foi Secretária de Desenvolvimento Humano.
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Neide Gomes, à época esposa do prefeito, também passou pela pasta de Desenvolvimento Humano.
Além disso, outros parentes e aliados próximos atuaram em setores-chave do município:
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Raquel, irmã do marido da filha, foi adjunta da Educação.
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Duas ou três irmãs da esposa de Alisson lecionavam ou ocupavam cargos de coordenação na secretaria de Educação, algumas inclusive continuam lá.
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A cunhada (esposa do irmão caçula, Aguinaldo) e até afilhados, como Wagner, também ocupavam cargos públicos.
A atual administração, por outro lado, enfrenta críticas severas, muitas vezes desproporcionais, sem que se estabeleça uma comparação justa com gestões anteriores. A ausência dessa comparação é falha creditada na pasta da comunicação institucional, tanto o é que setores da mídia quase todos os dias atacam a comunicação, tratando-a como ineficiente, reforçando a ideia de que “tudo piorou” após a posse de Lucinha da Saúde.
A importância da memória política
A memória política é essencial e a comunicação de Lucinha não pode abrir mão dela. A gestão do ex-prefeito Martins, por exemplo, anterior à de Antonio Gomes, também teve casos semelhantes, com familiares ocupando pastas como Saúde, Finanças e Gabinete.
Portanto, acusar a prefeita Lucinha de práticas isoladas, sem considerar o histórico da cidade, não apenas distorce os fatos, como representa um ataque desonesto à verdade. Se é para falar de nepotismo, que se fale com isenção e base em dados comparativos.
É hora de comparar antes de julgar
Nepotismo é uma prática condenável, sim — e deve ser combatida. Mas também é necessário avaliar com justiça e contextualizar historicamente os fatos. Em Marí, o problema não é novo, e a responsabilização deve ser feita com isenção, não com conveniência política.
Redação/ExpressoPB
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