Neste domingo se completa 20 dias desde que o professor e radialista Marcos Sales assumiu a comunicação da gestão Lucinha da Saúde, em Marí. E mesmo sabendo que, para quem chegou agora, esse tempo pode parecer pouco, dedico esse meu artigo de sábado (19 de abril) a fazer uma análise inicial desse setor estratégico de qualquer governo.
Ouvi Marcos pedir paciência à imprensa no programa Araçá em Debate de hoje. Mas, sinceramente? Para quem entra no meio do caminho em um governo com pressões por todos os lados, não há tempo a perder. Não me leve a mal!.
Alguns dias antes de seu anúncio oficial, um colega me confidenciou que o ex-prefeito Antonio Gomes dava como certo o retorno de Sales ao seu grupo político, apostando inclusive na presença dele em seu palanque em 2026. Questionei o próprio Marcos, com quem tenho amizade pessoal, e ele preferiu o silêncio. Hoje entendo: já estava sendo costurado o seu ingresso ao núcleo de comando da comunicação da prefeitura.
A chegada de Sales foi surpresa, mas carregada de expectativa – inclusive minha. A crítica política local, os blogs, os sites e até analistas mais duvidosos receberam a notícia com bons olhos. Junto dele, o nome de Manoel Batista também surgiu como reforço importante para o governo, este no gabinete da prefeita.
Mas bastou uma foto oficial do novo Coordenador de Comunicação ao lado da equipe para que as críticas começassem a pipocar. O blog Marí Dois Ponto Zero chegou a comparar a Comunicação com a pasta de Desenvolvimento Agrário, claramente numa tentativa de expor fragilidades e provocar desconforto interno. O curioso é que esse tipo de movimento geralmente nasce dentro do próprio governo. Ou seja: a artilharia é caseira.
Desde então, a comunicação virou tema fixo no rádio, nos grupos de WhatsApp e nos bastidores. O foco das críticas? O tamanho da equipe, o nome para comandar essa equipe e uma suposta falta de resultados observada desde o início da gestão Lucinha. Mas vale lembrar que essa é, em grande parte, a mesma equipe que estava presente na gestão anterior.
Marcos Sales é habilidoso, domina a linguagem e conhece os atalhos da articulação. Mesmo assim, sei que ele enfrenta uma resistência silenciosa – mas muito real – por parte de alguns secretários e aliados mais radicais ligados ao ex-prefeito. Sales não fala sobre isso, é verdade. Mas quem observa percebe. Há gente tratando cargos como propriedade pessoal, como se tivesse comprado um pedaço da prefeitura e para eles qualquer nome novo é ameaça, não solução.
Já dá pra notar mudanças
Apesar das dificuldades, já noto efeitos positivos: os embates nos grupos diminuíram, as críticas online arrefeceram, e as rádios têm dado mais espaço para respostas e esclarecimentos. Há, sim, um clima de maior equilíbrio. E isso, em boa parte, é reflexo da chegada e atuação de Marcos.
O maior desafio de Sales: falar para dentro
Agora, se tem um ponto que MS ainda precisa vencer, é a comunicação interna. Falar dentro do governo. Porque muitos que estão ao lado de Lucinha ainda olham mais para o retrovisor do que para o futuro. Há um apego a velhas práticas, mágoas e vaidades que só atrapalham a governabilidade e o fortalecimento de seu projeto político-adminsitrativo.
Os que estão incomodados com a presença de Sales, de Manoel Batista ou até de Loi da Saúde, como já ouvi por ai, precisam entender que há problemas bem maiores no radar. A AIME (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) que corre na Justiça pode decidir o futuro político de Lucinha, de Sapinho e de toda essa estrutura. Se a casa cair, cai pra todo mundo — com ou sem Sales.
Que todos tenham maturidade política. Que a comunicação consiga avançar. Que Marcos consiga, com sua experiência, romper as barreiras internas e fazer a ponte entre o governo e a sociedade.
Boa sorte, Marcos Sales. Você vai precisar. E a gestão também.

Redação/Por Paulo Sérgio – Editor Geral do ExpressoPB
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