Desde o primeiro dia de gestão, a prefeita Lucinha da Saúde enfrentou um cenário político desafiador. Sem maioria na Câmara, com projetos rejeitados e sob forte fiscalização da oposição, a gestora precisou aprender rapidamente como funcionam as engrenagens do debate político para não ser engolida pelo jogo de forças da Casa Legislativa.
A votação do reajuste salarial de 8% para os professores municipais, aprovada por unanimidade na sessão desta quarta-feira (19), representa um marco na sua administração. Mesmo sem atender integralmente à reivindicação do sindicato, Lucinha conseguiu transformar uma pauta ambientalmente explosiva em um exemplo de política de negociação bem conduzida.
A sessão da Câmara foi de tensões, com revezamento de falas entre vereadores da base e da oposição. Mas, no final, o placar foi unânime: 9 votos a favor. O que poderia ter sido mais uma derrota para a gestão, acabou se convertendo em uma demonstração de sua crescente habilidade política. Mostrou mais: É possível a relação democrática entre Executivo e Legislativo.
Do empoderamento ao protagonismo
Até pouco dias atrás, a prefeita se via encurralada: Seu projeto de criação da Secretaria da Mulher foi rejeitado pela Câmara, três de seus secretários foram convocados para prestar esclarecimentos ao Legislativo e a oposição compondo a maioria da Câmara, tornou-se uma barreira para suas articulações.
Mas, aos poucos, Lucinha parece começar a transformar as adversidades em aprendizado político. Desta vez, a estratégia foi diferente. Nos bastidores, comenta-se que a vereadora Vânia de Zú teve um papel fundamental na articulação do reajuste. Sugerindo os 8% como um percentual viável, Vânia atuou como uma espécie de líder informal do governo e, na tribuna da Câmara, defendeu o projeto com dados e argumentos técnicos.
Essa entrega marcou um ponto de virada: Lucinha não apenas garantiu um reajuste dentro dos limites da gestão, como também conseguiu que vereadores da base falassem em sua defesa.
A aprovação do reajuste, ainda que abaixo do solicitado pelo sindicato, demonstra que a prefeita tem fôlego para dialogar, negociar e conquistar avanços, mesmo diante de um ambiente político desfavorável.
Uma conclusão que pode servir de reflexão é que Lucinha dividiu a vitória com a Câmara e isso poderá influenciar positivamente na relação entre os dois poderes. Ao invés de transformar a conquista em um debate, ela permitiu que todos os vereadores compartilhassem do resultado, reduzindo resistências e abrindo portas para futuras negociações.
Os próximos passos da gestão dirão se esse avanço foi um golpe de sorte ou o início de uma nova fase para Lucinha da Saúde. O que já se sabe é que, pela primeira vez desde a sua posse, ela demonstrou que pode suportar e superar as adversidades que a cercam.
Redação/ExpressoPB
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