As movimentações políticas na Paraíba já apontam para uma disputa acirrada pelo governo do estado em 2026. Nesta segunda-feira (02) o governador João Azevêdo destacou o desempenho do secretário de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Deusdete Queiroga, e afirmou que o nome dele está colocado como uma possibilidade para a disputa eleitoral de 2026.
A declaração de Azevêdo foi feita durante entrevista, quando o mesmo foi questionado se Deusdete poderia seguir um caminho semelhante ao que o próprio governador percorreu em 2018. Essa declaração sinaliza estrategicamente as intenções do governador de optar por nome de sua confiança para lhe suceder no governo.
Adriano Galdino, atual presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), desponta como um dos nomes mais relevantes na política estadual atualmente. Sua habilidade em costurar alianças e sua popularidade em várias regiões do estado o coloca como um possível concorrente de peso em 2026, mas para se consolidar precisa de apoios.
Galdino mantém uma relação estratégica com o governador João, mas a fala do chefe do executivo estadual levanta dúvidas quanto a um possível apoio à Adriano, apesar do presidente do legislativo paraibano reiterar sua pretensão de ser candidato a governador.
Na defesa de Adriano Galdino praticamente mais de uma dezena de deputados estaduais fazem fileira, além do mais o parlamentar tem influência direta sobre prefeitos e lideranças locais, o que pode inclinar o cenário eleitoral em sua direção. Sua capacidade de atrair alianças pode ser tanto uma oportunidade quanto um desafio para João Azevêdo caso Deusdete seja confirmado como o nome oficial.
Outro protagonista nesse cenário é Lucas Ribeiro, vice-governador e membro destacado do Progressistas (PP). O partido tem demonstrado apetite por um protagonismo maior nas eleições de 2026, o que pode levar a um conflito direto com os planos de João Azevêdo e sua base, inclua-se ai Adriano Galdino.
Ribeiro vem construindo uma imagem sólida e aparece como um nome que pode agradar a setores empresariais e ao eleitorado jovem. Seu posicionamento como vice-governador e seus laços familiares fortalecem seu projeto político futuro.
O dilema de João Azevêdo é acomodar as pretensões do PP e do seu vice, de Adriano Galdino e de seu grupo, além de sua própria vontade pessoal.
Manter uma base aliada unida é um dos maiores desafios para João Azevêdo na sucessão de 2026. Além do apoio crucial de Adriano Galdino e Lucas Ribeiro, o governador terá que gerenciar as expectativas de outros partidos que compõem sua coalizão.
A escolha de Deusdete Queiroga como candidato natural à sucessão pode ser interpretada como um gesto de continuidade administrativa, mas pode não agradar a todos os aliados. A relação entre Queiroga e os principais líderes políticos da base será determinante para garantir apoio.
A manutenção da unidade dependerá também de como o governador lidará com as demandas locais. Governadores que oferecem equilíbrio de interesses regionais e partidários têm maior chance de sucesso na transferência de votos para seus candidatos.
Deusdete, caso tenha real interesse em suceder João terá papel fundamental para tentar a unidade do grupo em torno de seu nome, entretanto, o desafio será viabilizar politicamente sua candidatura em um ambiente repleto de lideranças com maior apelo popular. Azevêdo precisará investir em sua comunicação e articulação para que Deusdete seja percebido como um nome viável para 26.
Redação/ExpressoPB