TRE-PB revoga prisão de investigadas em operação que apura influência de facção nas Eleições 2024 em João Pessoa

Publicado em sábado, novembro 30, 2024 · Comentar 


 

O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) decidiu, nesta sexta-feira (29), revogar a prisão preventiva de Pollyana Monteiro e Kaline Neres, presas na Operação Território Livre, que investiga o aliciamento violento de eleitores nas Eleições municipais de 2024 em João Pessoa. Pollyana e Kaline tiveram a prisão decretada em 19 de setembro e estavam em prisão domiciliar.

A juíza da 64ª Zona Eleitoral havia indeferido a liberdade das duas alegando que teriam envolvimento com facção criminosa, a exemplo de Pollyana Monteiro, a quem a Polícia Federal (PF) afirma que é companheira do “Poeta”, apontado como líder de uma facção criminosa de João Pessoa.

Na decisão, o juiz Bruno Teixeira de Paiva aplicou medidas cautelares diversas da prisão, sendo a proibição de manter contato com os demais investigados e a proibição de ter acesso nos bairros Alto do Mateus e São José.

Ainda segundo o processo, ao qual o g1 teve acesso, a aplicação da prisão domiciliar se sustentava para evitar interferência no processo eleitoral e garantir a lisura da eleição. E essa sustentação deixou de existir com a conclusão das eleições.

Tanto Pollyana Monteiro quanto Kaline Neres já foram indiciadas pela Polícia Federal com mais 10 pessoas, entre elas a primeira-dama Lauremília Lucena, que também chegou a ser presa na operação.

Operação Território Livre

 

Mandado de prisão foi cumprido no apartamento de Lauremília Lucena — Foto: Zuíla David/TV Cabo Branco

Mandado de prisão foi cumprido no apartamento de Lauremília Lucena — Foto: Zuíla David/TV Cabo Branco

A operação é batizada de “Território Livre” em referência à liberdade que os eleitores devem ter de ir e vir e também de exercer o seu voto. No dia 10 de setembro, uma primeira etapa da operação já tinha sido realizada. Naquele dia, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

Essa é a mesma operação que resultou na prisão da vereadora Raíssa Lacerda (PSB), que já era alvo desde a primeira fase da ação. Um dos mandados de busca foi cumprido na residência da parlamentar, onde foram apreendidos um aparelho celular e uma quantia em dinheiro. Na época, ela alegou ser vítima de perseguição.

 

No dia 19 de setembro foram presos suspeitos de envolvimento no esquema:

  • Raíssa Lacerda, vereadora de João Pessoa e suspeita de liderar o esquema;
  • Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, suspeita de pressionar moradores do bairro São José para determinar em quem eles devem votar;
  • Taciana Batista do Nascimento, usada por Pollyana para exercer influência na comunidade. É ligada ao centro comunitário Ateliê da Vida;
  • Kaline Neres do Nascimento Rodrigues, articuladora de Raíssa Lacerda no Alto do Mateus; suspeita de ter ligação com facções do bairro;
  • Keny Rogeus Gomes da Silva, marido de Pollyanna e apontado como chefe da facção Nova Okaida; já estava preso no PB1.
  • Um suspeito de chefiar uma facção criminosa no bairro Alto do Mateus, David Sena, mais conhecido como Cabeça, também teve mandado de prisão expedido, mas segue foragido.

O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) decidiu, em 18 de novembro, retirar as tornozeleiras eletrônicas da primeira-dama, Lauremília Lucena, do presidente da Câmara de Vereadores de João Pessoa, Dinho Dowsley (PSD), e da vereadora Raíssa Lacerda. No entanto, algumas medidas cautelares foram mantidas.

Redação/G1 PB
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