
A política local é sempre um terreno fértil para discussões intensas, especialmente em cidades pequenas, onde as administrações públicas têm impacto direto no cotidiano da população. Em Cuitegi, na Paraíba, o prefeito Geraldo Serafim se tornou um nome que carrega consigo críticas fervorosas e a frase que ecoa entre os cidadãos cuitegienses virou uma marca de certa insensibilidade como ele gere os destinos da cidade: “Geraldo é sem amor, perdeu para ele mesmo.”. Esta declaração reflete um misto de decepção e frustração com a sua gestão, que, segundo moradores e especialistas, deixou muito a desejar.
Quando Geraldo assumiu a prefeitura de Cuitegi, as expectativas eram altas. Ele prometeu uma administração transformadora, voltada para o bem-estar dos cidadãos, o desenvolvimento econômico e a melhoria da infraestrutura. Contudo, ao final de sua gestão, a percepção geral é de promessas vazias e uma desconexão entre as palavras e as ações.
Essa não é apenas uma crítica emocional, mas também um resumo da percepção de que sua gestão careceu de empatia e planejamento estratégico. Para muitos, ele não conseguiu responder às demandas da população, o que fez com que sua administração fosse vista como fria e ineficaz. O resultado das urnas nas eleições de outubro passado mostra bem essa realidade.
Gerir os destinos de um povo carece muito mais do que ordenar despesas, a sensibilidade de ser humano, a empatia para com os que mais precisam é essencial para se conectar com a realidade de quem carece exclusivamente dos serviços públicos.
Os alertas sobre o comportamento do prefeito Geraldo para com a população não foram poucos. Em janeiro de 2023, o vereador Willames Lima, alertou que o prefeito vinha tratando as pessoas com brutalidade e não admitia se quer que algum popular fosse a sua casa para tratar de algum assunto relacionado a administração.
“Cuitegi não precisa de brutalidade, ignorância e má administração; Cuitegi precisa de amor, de carinho, de atenção e uma administração voltada para aquelas pessoas, principalmente aquelas mais carentes.”, disse o parlamentar na ocasião. Pelo que parece, os alertas foram em vão, mas em contra partida, Geraldo perdeu o apoio popular.
Um olhar sobre a gestão em Cuitegi
Uma das áreas mais críticas da gestão de Geraldo foi a infraestrutura, muitos bairros de Cuitegi enfrentaram problemas históricos. Os moradores frequentemente reclamam da falta de manutenção em espaços públicos, como praças e áreas de lazer. A cidade parece abandonada em vários aspectos, o que gerou uma sensação de descaso e abandono.
Na saúde os cidadãos reclamam da dificuldade em conseguir atendimento de qualidade. Uma fila de espera para consultas e os exames demoram meses para serem realizados. Para uma cidade que depende majoritariamente do sistema público de saúde, isso foi um golpe duro.
Um gestor desconectado
O que mais incomodou a população de Cuitegi nesses quatro anos de governo de Geraldo Serafim foi a falta de diálogo entre o prefeito e os cidadãos. Geraldo foi frequentemente criticado por sua postura distante e pela ausência de ações que demonstrassem preocupação com os problemas reais da cidade.
Sua administração vem sendo marcada por uma gestão centralizadora, com pouca abertura para sugestões da comunidade. Isso gerou um sentimento de insatisfação generalizada.
Comparações inevitáveis
Após o termo de seu mandato, as comparações com gestões anteriores e sucessoras são inevitáveis. Muitos argumentam que Geraldo teve oportunidades de ouro para transformar Cuitegi, mas não as aproveitou. Recursos que poderiam ter sido investidos em áreas prioritárias acabaram sendo aplicados de maneira questionável, gerando críticas sobre má administração.
Um legado questionável
Embora todo gestor enfrente desafios, o saldo final da administração de Geraldo em Cuitegi é amplamente visto como negativo, tanto assim o é que perdeu a reeleição com alta desvantagem para seu opositor, o ex-prefeito Guilherminho Madruga.
É importante destacar que a política local é um reflexo das escolhas da população e do compromisso dos governantes. Geraldo teve a chance de construir um legado positivo, mas acabou se tornando um exemplo de como a falta de empatia pode comprometer uma gestão pública.
Editorial/ExpressoPB – 30/11/2024





