Despreparo ou descuido? Ofensa de Janja a Elon Musk prejudica imagem do Brasil – Por Napoleão Soares

Publicado em segunda-feira, novembro 18, 2024 · Comentar 


Foto Reprodução

A primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, voltou a ser alvo de intensas críticas ao proferir um insulto ao empresário Elon Musk durante o evento Cria G20. Ao dizer “Fuck you, Elon Musk” em um painel que deveria promover diálogo e construção, Janja não apenas baixou o nível do debate, mas expôs o Brasil a um constrangimento diplomático desnecessário.

O episódio revela uma dificuldade persistente da primeira-dama em compreender o papel institucional que ocupa. Este não é um posto político nem um espaço para retóricas inflamadas e pessoais, mas sim uma posição que exige equilíbrio, dignidade e responsabilidade. O que vimos foi exatamente o oposto.


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O impacto da declaração ultrapassa o constrangimento público. Com Musk prestes a integrar o governo de Donald Trump, reeleito presidente dos Estados Unidos, a ofensa coloca o Brasil em posição vulnerável nas negociações diplomáticas e comerciais. Em um momento em que a relação entre Brasília e Washington poderia se estreitar, a postura de Janja cria um ruído desnecessário, obrigando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a corrigir o dano causado.

Lula, em uma resposta ponderada, afirmou que “não há espaço para ataques pessoais” na campanha do G20 contra a fome. Foi uma tentativa de realinhar a narrativa, mas que evidencia o desconforto gerado por sua própria esposa. Este não é o primeiro caso em que a primeira-dama atravessa os limites do aceitável. Recentemente, outro comentário insensível sobre um “homem-bomba” gerou questionamentos sobre sua maturidade política e habilidade para atuar em ambientes que demandam diplomacia.

O Brasil merece uma primeira-dama à altura da relevância global do país, capaz de representar os valores de respeito e diálogo que sustentam nossa democracia. A repetição de episódios como este levanta dúvidas legítimas sobre a aptidão de Janja para desempenhar esse papel. Não é apenas uma questão de estilo, mas de responsabilidade com a imagem do Brasil no cenário internacional.

Por fim, a lição que fica é clara: quando se ocupa uma posição pública, palavras têm peso, consequências e desdobramentos que vão muito além da plateia imediata. Não se trata de censura, mas de consciência. E é exatamente isso que se espera de quem, ao lado do presidente, representa o país. É hora de repensar atitudes e devolver ao cargo o decoro que ele merece.

Redação/Por Napoleão Soares 

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