Desembargadores terão que usar tornozeleira e são afastados pelo STJ após denúncias de venda de sentenças

Publicado em quinta-feira, outubro 24, 2024 · Comentar 


A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (24) a Operação Ultima Ratio, que apura possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.

Cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) foram afastados em razão da investigação e por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre eles, o presidente da Corte, Sérgio Fernandes Martins.

Segundo a PF, são cumpridos 44 mandados de buscas contra eles, outros servidores públicos e nove advogados, além de empresários suspeitos de se beneficiarem do esquema.

Foram afastados pelo STJ, pelo prazo inicial de 180 dias, os desembargadores:

Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJ-MS;
Vladimir Abreu da Silva;
Alexandre Aguiar Bastos;
Sideni Soncini Pimentel; e
Marco José de Brito Rodrigues.

Os magistrados afastados terão de usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de acessar as dependências dos órgãos públicos e de se comunicar com outras pessoas investigadas.  Também foram afastados o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de MS Osmar Domingues Jerônimo e seu sobrinho, servidor do TJ-MS, Danillo Moya Jerônimo.

Os crimes investigados são:

lavagem de dinheiro;
extorsão;
falsificação; e
organização criminosa.
Também são investigados um juiz de primeira instância, dois desembargadores aposentados e um procurador de Justiça.

Afastamento
As ordens de prisão são cumpridas em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá. Ainda são investigados um juiz de primeira instância, dois desembargadores aposentados e um procurador de Justiça.

A operação desta quinta decorre de uma investigação da Polícia Federal iniciada em 2021 e foi batizada de Ultima Ratio, um princípio do direito segundo o qual a Justiça é o último recurso do poder público para parar a criminalidade.

Redação/ClickPB

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