Dólar fecha em R$ 5,65, maior patamar em dois anos e meio, após novas falas de Lula sobre o BC

Publicado em segunda-feira, julho 1, 2024 · Comentar 


O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (1º), chegando a R$ 5,6527. É o maior patamar da moeda americana desde 10 de janeiro de 2022, quando custava R$ 5,6742.

Nesta segunda, investidores repercutem novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que voltou a criticar o Banco Central (BC), e continuam a monitorar o quadro fiscal do país.

Após ter criticado o Banco Central do Brasil (BC) na última semana, o presidente voltou a tecer comentários, afirmando que o próximo presidente da instituição olhará para o Brasil “do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”.

Além disso, novos dados econômicos dos Estados Unidos também ficam no radar.

Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, também fechou em alta.

 

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

 

O dólar fechou em alta de 1,15%, cotado em R$ 5,6527. Na máxima do dia, chegou aos R$ 5,6573. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • avanço de 1,15% na semana;
  • ganho de 1,15% no mês;
  • alta de 16,49% no ano.

 

Na última sexta-feira, o dólar teve alta de 1,46%, cotado a R$ 5,5884.

Ibovespa

 

O Ibovespa fechou em alta de 0,69%, aos 124.765 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,69% na semana;
  • ganhos de 0,69% no mês;
  • perdas de 7,02% no ano.

 

Na última sexta-feira, o Ibovespa teve queda de 0,32%, aos 123.907 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

 

Sem grandes destaques na agenda, novas críticas do presidente Lula à condução de política monetária do Banco Central voltaram a fazer preço nos mercados nesta segunda-feira (1º).

Segundo Lula, o próximo presidente do BC deve olhar para o Brasil “do jeito que ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala”.

“Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, não é correto isso”, afirmou o presidente nesta segunda-feira, ponderando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.

“Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue… ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”, acrescentou, destacando que “quem quer BC autônomo é o mercado”.

 

Lula ainda disse que preza pela responsabilidade fiscal e que inflação baixa é sua obsessão, usando como exemplo a decisão do governo de manter a meta para a evolução dos preços em 3%.

As falas recentes do presidente se juntam às críticas feitas por ele à instituição na semana passada. Lula disse que “a taxa de juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%”, reiterando que a Selic deve melhorar quando ele indicar o substituto de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC. O mandato de Campos Neto termina no final deste ano.

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