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EDITORIAL: Em ano de (eleição) bondade, não tem crise

A retórica da crise financeira propagandeada pelos prefeitos sempre que são cobrados por obras, ações e serviços públicos para a população parece ter dado uma trégua nesse ano de  2024. O Papai Noel do natal passado (2023) deixou na caixinha embaixo da arvore um pacote de bondades para os prefeitos distribuírem com seus munícipes ao longo de todo esse ano. Opa! Não! No pacote só tem bondades para chegar até outubro, depois os munícipes terão que esperar o próximo Papai Noel para ver se esse vai ser tão bondoso quanto o de 2023.

A demagogia da maioria dos senhores prefeitos deveria envergonhar a quem tem vergonha, não é o caso deles, pois as véspera do pleito eleitoral a farra com o dinheiro público é escancarada. Crise? Isso existe onde? Nesse reles Brasil, crise é assunto para depois do dia 06 de outubro.

Se no ano passado você ficou desempregado por conta da crise, esse ano tem cargo para você e mais um que você ajeitar para votar no prefeito ou no seu escolhido. Você não só arruma emprego, você arruma remédio, moradia, cesta básica, publicidade e simpatia. Invista pesado para trazer mais um que consegue convênio com a prefeitura ou governo do estado.

As obras? São milhões para tocar obras inacabadas e paradas desde 2022 (ano eleitoral). Basta ir a capital federal, que os nobres prefeitos fazem fila nos gabinetes de deputados, senadores e ministros para conseguir recursos que vai tirar seus municípios do caos.

Novembro a crise volta, as vacas ficam magras. Resta ao simples eleitor rezar para no Natal o bom velhinho entregar um pacote de bondades, problema vai ser se ele estiver de mal humor e deixar a caixinha vazia, certamente 2025 será de seca, os contratos vão ser suspensos, vai faltar dinheiro para tudo. Um pouquinho mais de oração para sensibilizar o Papai Noel de 25  para que deixe uma caixinha recheada de bondades para 2026, só não pode esquecer que 26 é ano de eleição novamente.

Editorial/ExpressoPB – 23/05/2024

 

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