Era uma manhã ensolarada de segunda-feira – dia 17 de outubro – eu já estava dispenso de comemorações quanto ao meu aniversário. Cheguei na Araçá, assim como faço todas as manhãs, pronto para o radiofônico que apresento diariamente. Logo fui informado pela recepcionista que alguém estaria a minha espera, desejando falar-me. Minutos depois sai para atender!
Uma senhora simples que carregava consigo uma sacola de plástico, praticamente vazia, se aproximou.
– Meu querido, parabéns!, disse ela! Eu agradeci prontamente pela lembrança, três dias depois da passagem natalicia. De mão estendida, a senhora me entregou a sacola e disse: “é um singelo presente”. Eu de pronto agradeci e ia me retirando quando fui interpelado por ela que sugeriu que eu abrisse a sacola: era um par de meias.
A senhora se desculpou por não ter condições de me presentear com algo mais valioso (materialmente) e eu apenas olhei e disse: “quantas pessoas não tem dinheiro para comprar o mundo, mas não tem felicidade?. Para mim o que está valendo aqui é o seu gesto, a sua atitude e sua lembrança, o objeto em sim [se bem que estava precisando mesmo] é apenas um detalhe, a maneira que a senhora encontrou de me falar de sua consideração para comigo.”.
Para mim foi o grande presente desse aniversário! O presente de está presente! Porque na vida tudo é tão efêmero que não está presente faz falta! [quanta redundância].
Agora, sugiro a você que se olhe e se pergunte: de quantas pessoas você esperou algum dia um abraço e não recebeu se quer um oi; de quantas pessoas você esperou o mínimo de atenção e não recebeu se quer um olhar!
São nos pequenos gestos que a vida encontra sentido! Um simples par de meias fez a total diferença na vida de quem tem quase meia dezena de sapatos. Pense nisso e viva!
*Marcos Sales
Radialista/Universitário/Empreendedor
Artigo para o ExpressoPB – Em 02/11/2023
Redação/ExpressoPB