Jess e seu marido, Tristan, se conheceram na escola, com 15 anos. O amor adolescente durou, amadureceu e eles acabaram se casando anos depois, em 2014. Eles tinham o sonho de ter filhos, mas a jornada não foi tão simples assim. Depois de muitas tentativas frustradas, o casal buscou especialistas e não conseguiu encontrar a causa da infertilidade. Então, optou por tentar uma fertilização in-vitro (FIV).
Os dois, que vivem em New South Wales, na Austrália, passaram nove difíceis anos em tratamento, e estava quase desistindo. “Estávamos meio que no fim da nossa linha”, disse Jess, em entrevista ao site Kidspot. “Eu estava mentalmente, emocionalmente e financeiramente esgotada”, lembra.
No entanto, eles optaram por tentar uma última rodade que, felizmente, deu certo! Jess estava grávida e, em breve, daria à luz um menino, a quem eles decidiram chamar de Sunny. A nova família estava em êxtase!
Um acontecimento no meio do caminho acabou ofuscando a alegria da gestação. “Meu pai estava muito doente com câncer”, conta a mãe. “Era muito difícil, porque era uma doença terminal”, acrescenta. Jess e Tristan estavam entusiasmados, mas, ao mesmo tempo, em ritmo de despedida do avô, que não chegaria a conhecer o tão esperado neto.
Enquanto isso, a gestação avançava e, em certo ponto, Jess começou a ter um pressentimento de que algo estava errada. Ela dividiu suas preocupações com o obstetra, que pediu alguns exames e descobriu que o bebê estava com Restrição de Crescimento Intrauterino, o que significa que ele não estava crescende e ganhando peso como esperado.
“Ele não estava recebendo os nutrientes de que precisava para crescer”, explicou Jess. “Íamos ao hospital basicamente a cada dois dias para verificar sua frequência cardíaca e fazer exames”, recorda-se.
O objetivo inicial era fazer com que o bebê chegasse a 500 gramas, o que daria a ele uma melhor chance de sobrevivência depois de sair do útero. O próximo objetivo era chegar à 28ª semana de gravidez, com o pequeno ainda na barriga, evitando a prematuridade extrema.
Tragicamente, porém, o pai de Jess morreu no dia 16 de julho e, no dia seguinte, ela foi levada ao hospital. “Fui literalmente internada no hospital no dia seguinte depois que meu pai faleceu e não saí mais desde então”, disse ela. “Fiquei lá por três semanas”, lembra.
Durante esse período, os médicos continuaram a monitorar os sinais vitais e os batimentos cardíacos do bebê. Um dia, enquanto ela almolçava, sentiu que tinha alguma coisa muito errada. E, de novo, sua intuição estava certa: os batimentos cardíacos do bebê estavam piorando e ela foi levada às pressas para uma cesariana de emergência.
Sunny nasceu em 5 de agosto, bem antes da data prevista para o parto, 26 de outubro. O frágil bebê pesava apenas 670 gramas. “Ele era minúsculo”, disse a mãe. O recém-nascido foi levado diretamente para a UTI Neonatal, onde sofreu diversas provações. Sunny teve colapso pulmonar, meningite, infecções sanguíneas, níveis baixos de açúcar e cortisol no sangue, sangramento gastrointestinal e doença pulmonar crônica.
Mas, milagrosamente, nada disso impediu o pequeno campeão de lutar cada dia mais. “Ele é tão pequeno e continua lutando”, emociona-se a mãe. Claro, nada disso é simples e o caminho é tortuoso. “Todos dizem que é como dar dois passos para frente e um para trás”, diz ela. “Todo medicamento ou tratamento tem risco potencial e efeitos colaterais associados; um equilíbrio tão delicado”, afirma.
Os desafios de saúde que Sunny já enfrentou com apenas cinco semanas de vida têm sido uma montanha-russa para Jess e Tristan. Porém, a força do menino os ajuda a se manterem firmes. “Na vida, todos nós temos nossas próprias batalhas e jornadas”, disse ela. “E eu olho para ele e penso que se ele consegue lidar com a situação. De alguma forma, ele está lidando bem com tudo isso. Então, temos que lidar com a situação também”, afirma.
Mas isso não quer dizer que a jornada não seja solitária. “Estamos vivendo nesta pequena bolha”, disse ela. “Sinto que a vida está acontecendo ao nosso redor. Mas estamos apenas parando por um minuto e é tudo o que importa”, explica.
Além da corajosa batalha de Sunny, Jess não pode deixar de se sentir “maravilhada” com o apoio que tem recebido dos amigos mais próximos e dos familiares. “Sabe, definitivamente existem pessoas boas no mundo”, constatou ela. “E temos a sorte de estar cercados por algumas das melhores”, diz.
Jess conta que Sunny está melhorando lentamente a cada dia que passa. Agora, ele pesa impressionantes 1,1 kg. Jess diz a ele todos os dias que “ele é enorme”. Os problemas médicos contínuos tornam cada dia um desafio, mas o “pequeno milagre” segue persistente. A mãe reforça que a equipe da UTI Neonatal tem sido incrível e se dedica infinitamente a Sunny. “O que eles fazem todos os dias é simplesmente fenomenal”, agradece. “Tipo, eles têm falta de pessoal, são mal pagos e estão literalmente 24 horas por dia mantendo esses bebês vivos. Eles são incríveis”, completa.
Os amigos da família criaram uma página de financiamento coletivo no GoFundMe para ajudá-los com os custos durante o momento difícil.
Redação/Revista Crescer