Promotora reclamava de salários iniciais para a carreira, que começam em R$ 28 mil. Carla Fleury de Souza tem carreira no órgão e salário de R$ 54 mil.
A procuradora Carla Fleury de Souza, do Ministério Público de Goiás, criticou o salário de promotores e disse que o valor é incompatível com o ‘custo de vida’. Em um dos concursos realizados pelo órgão, em 2021, o cargo de promotor substituto tinha como remuneração inicial R$ 28, 8 mil. Já para concursados, o g1 apurou que promotores substitutos ganham a partir de R$ 31 mil.
“Eu tenho dó dos promotores que estão iniciando aqui a carreira. Promotores que têm filhos na escola, porque o custo de vida é muito caro”, disse.
A fala foi realizada durante a 5ª sessão ordinária do Conselho de Procuradores da Justiça (CPJ), na terça-feira (29), em Goiânia. Em seu discurso, ela afirmou que o salário não é suficiente para custear as necessidades de sua família. Em abril deste ano, ela recebeu R$ 54 mil.
Ela ainda disse que tem sorte que o marido trabalhe de forma de forma “independente” para sustentar a casa e que usa o salário dela para às suas “vaidades”.
Segundo ela, assim, ele consegue sustentar a família sozinho, para que ela possa destinar seu salário somente às suas “vaidades”. Em abril deste ano, de acordo com o Portal da Transparência do Ministério Público, o valor do salário bruto pago à servidora em abril de 2023 chega à casa dos R$ 54 mil. Já o salário líquido é de R$ 39,5 mil.
“Pensemos nos promotores. Eu sou uma mulher. Graça a Deus meu marido é independente, porque eu não mantenho minha casa. Meu dinheiro é só pra eu fazer minhas vaidades. Só para os meus brincos, minhas pulseiras e meus sapatos”, exemplificou a mulher.
Ao g1, Carla Fleury disse que a Associação Goiana do Ministério Público tem questionado o órgão dia após dia sobre o fato de não estarem aplicando a ‘simetria que é devida’ aos promotores. A reportagem questionou se isso está relacionado a reajustes salariais não recebidos, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Já o Ministério Público informou em nota que a declaração se trata se “cunho pessoal” e que “não representa o pensamento da instituição”.
Redação/G1