Uma passista da Acadêmicos do Grande Rio se internou para retirar miomas no útero e teve alta dias depois com parte do braço esquerdo amputado.
“Só lembro mesmo disso, de acordar em outro hospital sem o braço”, disse Alessandra dos Santos Silva, de 35 anos, que também é trancista.
A família de Alessandra disse que até agora, dois meses e meio depois dos procedimentos, nenhuma autoridade explicou a causa que levou à amputação — apenas foi dito que ela corria risco de necrose.
A Secretaria Estadual de Saúde e a Polícia Civil do RJ investigam o caso.
Alessandra dos Santos Silva e a mãe — Foto: Reprodução/TV Globo
Agora, a família ainda conta com a ajuda dos amigos para arcar com todos os medicamentos e com a fisioterapia.
A família fez um boletim de ocorrência na delegacia.
“Já fizemos um requerimento nos hospitais para pegar os prontuários. A partir desse documento, a gente vai entrar com uma ação contra o Estado”, afirmou a advogada Bianca Kald.
Alessandra está noiva há 11 anos e tinha o sonho — agora impossível — de engravidar. Ela também não sabe como vai conseguir trabalhar em salões de cabeleireiro sem uma das mãos.
“Eu quero que os responsáveis paguem, que o hospital se responsabilize, porque eles conseguiram acabar com a minha vida. Destruíram meu trabalho, minha carreira, meu sonho… tudo”, declarou Alessandra.
A Secretaria Estadual de Saúde disse que vai abrir uma sindicância para apurar o que aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti) e que os agentes requisitaram o laudo médico de atendimento na unidade para fazer uma análise.
Um caso semelhante aconteceu em outubro do ano passado. Gleice Kelly Silva deu entrada no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá para dar à luz e, dias depois, teve o braço amputado.
Gleice teve uma hemorragia depois do parto e, segundo os familiares da jovem, os médicos decidiram criar um acesso venoso na mão dela para introduzir a medicação. Mas, durante o procedimento, a jovem relata que começou a sentir muita dor e incômodo.
Logo depois, a mão foi ficando roxa e inchada. O quadro de saúde da jovem foi se agravando, e os médicos decidiram transferi-la para outro hospital da mesma rede, em São Gonçalo, na Região Metropolitana.
Três dias após o nascimento da bebê, ela e os familiares receberam a notícia de que a mulher teria que amputar a mão.
Gleice Kelly foi internada para dar à luz e teve a mão amputada após uma complicação — Foto: Reprodução/ TV Globo