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EDITORIAL: A pasta social do governo JA foi apenas ‘prêmio de consolação’ para Pollyana?

A nomeação da ex-deputada Pollyana Dutra para o cargo de Secretária de Desenvolvimento Humano do Governo João parece ter sido apenas um “prêmio de consolação” para compensar o sacrifício da agente política que deixou uma cadeira certa na Assembléia Legislativa da Paraíba para disputar a condição de candidata a senadora, em um pleito que indiscutivelmente já estava definido pelos contornos que se tomou antes mesmo da convenção.

Boa de marketing e uma eterna paciente – no sentido mais literal da palavra – Pollyana chega a quase 100 dias de governo sem apresentar resultados práticos de suas ações na pasta do Desenvolvimento Humano da Paraíba, não que ela não queira, mas que as condições lhe ofertadas não lhe favorecem em nada, ou quase nada.

A pasta totalmente aparelhada, com cabos eleitorais, militantes políticos infiltrados nos principais postos administrativos, vindos desde a gestão de Ricardo Coutinho, passando por João I e agora no João II.

A demora em o governador definir a nomeação de Pollyana, a ausência de seu antecessor, o secretário Tibério Limeira, em sua posse e as intervenções políticas na pasta aponta bem o quanto está complicada a situação da secretária para implementar seu estilo e seu ritmo de trabalho.

Sem mandato para impor determinadas decisões, como sendo se quer nomeações de cargos de sua confiança, fica difícil da sua secretaria apresentar resultados que lhe remetam a um perfil próprio.

Alia-se a tudo isso, o trator político que não permite a secretária a estabelecer nenhum novo tipo de relação com novos atores nesse processo, o que para ela é uma situação muito delicada [politicamente falando], pois não terá condições de estabelecer uma rede de sustentabilidade política como fez Cida Ramos no passado [e que mantém essa estrutura dentro do governo, mesmo se dizendo independente] a frente daquela secretaria.

Um raio não cai no mesmo lugar duas vezes, Pollyana não é Cida, João não é Ricardo [tanto que não o é que ao lhe dar o cargo de secretária, lhe entregou sem a caneta] e na política não existe espaço vazio, a prova disso é que a própria secretária está encontrando dificuldades para ocupar espaços na sua própria pasta.

Muito mais que tirar fotos, a nova secretária precisa iniciar um novo ciclo na SEDH, do contrário será o mais do menos. Não foi para isso que quase meio milhão de eleitores lhe hipotecaram o voto!

Editorial/ ExpressoPB – 27/03/203 

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