O escritor Olavo de Carvalho terá seu funeral realizado em Petersburg, cidade de 31 mil habitantes na Virgínia, Estados Unidos, perto de onde ele morava.
O funeral está marcado para 15h (17h em Brasília), segundo a empresa funerária que organiza a cerimônia. Ele será enterrado no cemitério St. Josephs.
No obituário divulgado pela empresa, Olavo foi apontado como morador do condado de Dinwiddie, que fica ao lado de Petersburg. O aviso diz que sua morte ocorreu no John Randolph Medical Center, em Hopewell. As duas cidades ficam nos subúrbios de Richmond, capital da Virgínia.
O livro virtual de condolências tinha apenas um depoimento. “Não existe algo como um grande professor, há apenas grandes estudantes. Obrigado por demonstrar isso de forma tão generosa e com tanta alegria”, escreveu David Frank Van Develder, de Richmond.
Olavo morreu na segunda (24), aos 74 anos. O falecimento foi anunciado pela família nos perfis oficiais do escritor nas redes sociais, sem informar a causa.
A filha do escritor Heloísa de Carvalho afirmou que o pai morreu em decorrência da Covid-19. Já o médico particular de Olavo, Ahmed Youssif El Tassa, nega.
Ao jornal O Globo ele afirma que o escritor morreu em decorrência de insuficiência respiratória aguda causada por quadro de enfisema pulmonar associado à insuficiência cardíaca congestiva, à pneumonia bacteriana e a uma infecção generalizada.
A Folha procurou o hospital que atendeu Olavo, mas não obteve resposta sobre a causa da morte.
O escritor sempre foi um dos principais porta-vozes em suas redes sociais dentre aqueles que contestam os dados sobre mortes e infectados pelo coronavírus, assim como Bolsonaro, símbolo do movimento negacionista no país.
“O medo de um suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror para acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão como um presente de Papai Noel”, disse Olavo, por exemplo, em 2020.
Olavo se mudou para os EUA em 2005. Morando na Virgínia, por vídeo, criou um curso online de filosofia que, segundo estimativas de amigos, formou mais de 20 mil pessoas, tornando-se uma de suas principais fontes de renda. Entre seus alunos estiveram diversas autoridades que depois comporiam o governo de Jair Bolsonaro.
Ele popularizou no debate público brasileiro o conceito do “marxismo cultural”, criado pela direita americana com contornos de teoria conspiratória. No entanto, nos últimos meses, vinha fazendo críticas públicas ao presidente Jair Bolsonaro.
Da redação/ Com Folhapress