
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre janeiro e agosto deste ano foram registrados 27 mil focos de queimadas no Cerrado, número mais de 32% superior ao verificado em todo o ano de 2020: 20,5 mil.
No mês de agosto, ainda segundo o Inpe, o número de queimadas também aumentou significativamente na Amazônia. Apenas em 23 dias, foram registrados 6,7 mil focos no Pará e 6 mil no Amazonas.
Em agosto, o Mato Grosso ocupa a terceira colocação no ranking nacional de queimadas, com 4,3 mil focos. No entanto, no acumulado do ano, o estado lidera o posto, com 11,3 mil.
A forte estiagem que atinge a região acelera a combustão, intencional ou espontânea, da vegetação.
Previsão de fuligem
De acordo com a previsão, a fuligem provocada pela fumaça das queimadas no Cerrado e na Amazônia, associada com a frente fria que vai avançar pelo Sul, pode fazer o dia virar noite no Rio Grande do Sul nesta terça-feira, 24.
O tempo muda e a chuva vai retornar ao Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com uma frente fria que vai romper o bloqueio atmosférico.
Até a quinta-feira, 26, a precipitação será mais intensa na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, onde o acumulado passa dos 100 milímetros. A precipitação ajuda a aumentar o nível dos reservatórios para irrigação do arroz na região.
Na sexta-feira, 27, será vez de chover forte sobre boa parte do Paraná e no Sul dos estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, com acumulados acima de 50 milímetros.
A chuva deve aumentar a umidade do solo e favorecer o desenvolvimento das culturas de inverno no Paraná. “No entanto, esta chuva não consegue reverter o cenário crítico das queimadas no interior do Brasil”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
A precipitação vem acompanhada de fortes rajadas de vento. Na quarta-feira, 25, estima-se rajadas de até 90 quilometrôs por hora no Norte do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Sudoeste e Sul do Paraná, onde as temperaturas despencam.
Dicas para evitar queimadas
O aumento de incêndios no Cerrado nesta época do ano não é necessariamente uma novidade. A estiagem, típica do período, é comum no bioma, especialmente em lavouras de milho no Mato Grosso, maior produtor nacional de cereal.
Além dos prejuízos ambientais, o risco de incêndios aumenta a preocupação dos produtores com perdas nas lavouras, além de produtos, maquinários, qualidade do solo e reservas legais, que podem demorar anos para serem recuperadas.
Da redação/ Com Canal Rural





