Se fosse a um ano trás ninguém acreditaria. Se fosse a oito meses atrás diriam que ele seria incapaz. Nos bastidores da política de Sapé não foram poucas as vezes em que se dizia que o vereador Abraão Junior foi eleito Presidente do Poder Legislativo justamente por sua incapacidade de andar com as próprias pernas, politicamente falando.
Há um ano atrás diziam que ele não conseguiria vencer a eleição e a oito meses ele foi escolhido pelos novos donos do poder para oferecer a câmara como “puxadinho” do executivo. Hoje os fatos mostram outra realidade e Abraão Junior cresceu a tal ponto que passou a protagonizar a cena política da Terra de Augusto dos Anjos.
Abraão era até antes de entrar na política um simples empresário do ramo de artigos naturais, tem inclusive uma loja de artigos para cabelo próximo a Matias do Relógio. Sua entrada na disputa política, até onde se sabe, teria sido incentivada pela ex-prefeita Maria Luiza, sua principal cabo eleitoral.
Eleito vereador pelo Podemos, Abraão foi alçado ao cargo de Presidente da Câmara Municipal com a articulação do prefeito, mas a sugestão teria sido de Luiza por acreditar que poderia deter eventual movimento de Abraão no sentido de se tornar independente.
No comando da câmara, Abraão Junior adotou comportamento discreto, comedido e antenado com o poder executivo, até que a Primeira Dama do município passou a tentar intervir nos trabalhos da casa e a monitorar o presidente através de vereadores aliados da gestão e que mantém relação pessoal com ela, o que não teria agradado o parlamentar.
O episódio da placa de bronze que seria entregue ao prefeito pelos vereadores, como se estes estivessem fazendo tal homenagem ao gestor, a mando da Dra. Denize Ribeiro no dia de seu aniversário foi o estopim da crise entre o presidente e o gestor sapeense.
Abraão passou a fazer parte de uma bancada de parlamentares independente e abriu dissidência quanto a bancada situacionista, o que não agradou aos governistas.
A situação se agravou com a exigência do prefeito na aprovação do Projeto de Lei do Executivo que aumenta a alíquota dos servidores públicos municipais a ser cobrada pelo Instituto de Previdência Municipal, chegando ao ápice na semana passada quando o projeto foi a plenário e foi derrotado pelo grupo de vereadores independentes.
Durante a sessão uma bomba foi explodida nas dependências da câmara e há indícios que servidores contratados da prefeitura estavam envolvidos.
O presidente Abraão passou a ser ameaçado de morte, conforme o próprio afirma e desde então que o clima é bélico entre ele e o prefeito Major Sidnei.
A fala mansa de Abraão deu lugar a voz firme e independente e apoiado por um grupo de colegas, passou a administrar a casa do seu jeito e perfil próprio. Raro falar com a imprensa, até entrevista o vereador já concedeu.
Sobre sua mudança de postura e comportamento, os amigos dizem que Abraão passou a assumir sua própria identidade política, pois as circunstâncias lhe levam para este caminho e o perfil de homem pacato e simples deu lugar ao político inteligente, firme e preparado.
Toda essa preparação de Abração Junior vai está a prova, quando terá a missão de conduzir o processo de sucessão na Câmara Municipal de Sapé. A preço de hoje não é possível saber se ele estará disposto a eleger o sucessor ou deixar que as coisas aconteçam naturalmente; o fato é que Abraão de hoje não é o mesmo de janeiro e só o tempo dirá as consequências de sua mudança.
Da Redação
Do ExpressoPB





