Arrecadação federal soma R$ 137 bi em junho; melhor valor para o mês em 10 anos

Publicado em quarta-feira, julho 21, 2021 · Comentar 


Com R$ 137,169 bilhões em impostos e contribuições em junho, a arrecadação federal registrou o melhor resultado para o mês desde 2011, quando o montante foi de R$ 143 bilhões. O número representa alta real de 46,77% ante mesmo mês de 2020.

Divulgada pela Receita Federal nesta quarta-feira (21), a arrecadação recuou 3,9% em relação ao valor recolhido em maio de 2021.

A arrecadação federal reflete, em sua maioria, o desempenho econômico do mês anterior. Logo, o resultado sinaliza que a atividade econômica continuou demonstrando sinais de recuperação, confirmando um impacto menor na economia do avanço da pandemia de Covid-19 em 2021.

Recorde no semestre

No primeiro semestre, o recolhimento de tributos já totaliza R$ 881,996 bilhões. O valor é o maior da série histórica para o período. Na comparação com o acumulado de janeiro a junho do ano passado, a alta real é de 24,49%.

De acordo com a Receita Federal, os resultados são explicados, principalmente, por fatores não recorrentes, como recolhimentos extraordinários de cerca de R$ 20 bilhões do IRPJ/CSLL de janeiro a junho de 2021, ante o valor, também extraordinário, de R$ 2,8 bilhões no mesmo período do ano anterior.

“Além disso, as compensações aumentaram 89% em junho de 2021 em relação a junho de 2020 e cresceram 51% no período acumulado”, acrescenta a pasta.

Moedas de real
Moedas de real. 15/10/2010.
Foto: REUTERS/Bruno Domingos

Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, o nível de arrecadação recorde alcançado pelo país no primeiro semestre é sustentável e independe do crescimento da economia à frente.

“O que nós vamos fazer é justamente pegar uma parte desse aumento de arrecadação e transformar isso numa redução de alíquotas e simplificação de impostos, como sempre prometemos”, disse o ministro.

Taxar dividendos

Guedes afirmou ainda que o governo está decidido a ser ousado em sua reforma tributária, favorecendo as empresas e os trabalhadores, mas reiterou a disposição de taxar os dividendos distribuídos às pessoas físicas em 20% de forma a aumentar a tributação dos “super-ricos”.

O ministro disse que sua equipe está ouvindo o setor privado sobre sua proposta de reforma tributária e indicou que alguns pontos da versão original encaminhada ao Congresso poderão ser alterados ou retirados.

“Mas o essencial nós faremos, que é tributar juros e dividendos, reduzir a tributação para 31 milhões de brasileiros, os contribuintes assalariados, e isentar os profissionais liberais, que se chamam os pejotinhas”, disse Guedes, acrescentando que o governo não quer taxar médicos e dentistas, mas os grandes escritórios e os super-ricos.

“Nós estamos querendo justamente baixar (tributação das empresas) de 34% para alguns setores para 21,5%. E nós queremos da mesma forma subir de zero para 20% o imposto sobre dividendos”, acrescentou o ministro.

Da redação/ Com Estadão Conteúdo

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