Presidente de CPI quer identificar médicos que deram cloroquina a quem teve depois efeito colateral

Publicado em terça-feira, maio 4, 2021 · Comentar 


O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), propôs nesta terça-feira (4) uma investigação sobre médicos que prescreveram cloroquina a pacientes de Covid que depois sofreram efeitos colaterais.

Segundo Aziz, a CPI pode fazer um levantamento dos pacientes que tiveram efeitos colaterais e levar as informações para os conselhos regionais de mecidina.

Omar Aziz deu a declaração durante depoimento do ex-ministro da Sáude Luiz Henrique Mandetta à CPI. Aziz perguntou ao ex-ministro se os médicos têm conhecimento que o medicamento, cuja ineficácia contra a Covid-19 é cientificamente comprovada, pode gerar efeitos como arritmia cardíaca e complicações no funcionamento dos rins.

“Nós vamos fazer uma investigação também daqueles pacientes que têm efeitos colaterais prescritos pelos médicos para que eles respondam no Conselho Regional de Medicina”, afirmou Omar Aziz.

“Estão dizendo que a gente não quer ouvir os profissionais de saúde, médicos que defendem a cloroquina. É bom eles virem. Porque depois nós vamos atrás dos pacientes deles para saber como eles estão hoje”, complementou o presidente da CPI.

Aziz lembrou que no estado do Amazonas uma médica fez nebulização de cloroquina em pacientes e uma mulher morreu após inalar o medicamento.

“A gente quer saber quantos pacientes foram salvos e quantos pacientes atenderam, e saber os pacientes que foram atendidos, para saber se hoje eles têm efeitos colaterais para responsabilizar quem prescreveu esse medicamento. Porque a CPI vai além disso. Vai comunicar os médicos que irresponsavelmente [prescrevaram a medicação]”, disse Omar Aziz.

Ineficácia do remédio

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou em março uma diretriz na qual pede fortemente que a hidroxicloroquina não seja usada como tratamento preventivo da Covid-19. O documento foi divulgado na revista científica “The BMJ”.

A recomendação é feita por um painel de especialistas internacionais do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS (GDG).

Desde julho do ano passado, a organização informa que não tem encontrado benefícios no uso do antimalárico contra o coronavírus. Desta vez, a conclusão passa a ser uma orientação concreta e oficial para os países e profissionais de saúde.

Essa recomendação é baseada em seis estudos clínicos. Juntos, esses estudos somaram mais de 6 mil participantes e confirmaram que o medicamento não é eficiente na prevenção contra a doença.

Da redação/ Com G1

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