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Bayern é melhor do mundo porque amassa rivais até quando joga mal

Bayern de Munique não jogou bem na final do Mundial de Clubes em Doha. Por méritos do Tigres, que em vários momentos conseguiu quebrar a velocidade do jogo, teve organização e concentração defensiva, além da técnica para tirar a bola da pressão e tentar atacar, fazendo a bola chegar a Gignac.

A equipe de Tuca Ferretti pode e deve lamentar o erro de arbitragem no gol do título, marcado por Pavard. Na disputa com o goleiro Guzmán, Lewandowski claramente toca com o braço na bola. A preocupação com o impedimento tirou a atenção para a irregularidade. Equívoco grosseiro e decisivo.

Mas é impossível questionar a superioridade do time alemão. Mesmo sentindo as ausências de Boateng, Goretzka e Müller, os comandados de Hans-Dieter Flick finalizaram 17 vezes, oito no alvo e ainda duas bolas nas traves de Guzmán. O Tigres apenas três, uma na direção da meta de Manuel Neuer.

Tudo isso sem a fluência de jogos anteriores, muito por conta da opção de avançar Alaba para o meio-campo, deixando Marc Roca e Tolisso no banco. Com Kimmich, o 4-2-3-1 teve uma dupla de volantes mais organizadora, sem tanta presença na área adversária. Faltou também a coordenação do trio atrás de Lewandowski, formado por Sané, Gnabry e Coman. Havia movimentação, mas pouca conexão no quarteto ofensivo.

Uma atuação abaixo do padrão, mesmo trabalhando com a régua de desempenho desta temporada atípica. Que apenas em alguns momentos lembra o rolo compressor da segunda metade de 2019/20. Muito também pela ausência de Thiago Alcântara, destaque especialmente na fase decisiva da Liga dos Campeões em Lisboa.

Não há fôlego para manter o estilo “saque e voleio” por uma temporada inteira. O perde-pressiona nem sempre é sufocante. A parte mental também não suporta a concentração absoluta por longo tempo para atacar, perder a bola, pressionar e tentar definir rapidamente o contragolpe.

Ainda assim, o volume de jogo subjuga os rivais quase sempre. Porque geram incômodo para a marcação as muitas opções ofensivas. Os laterais Pavard e Davies podem atacar por dentro ou abertos, revezando com os ponteiros ou mesmo com Muller e até Lewandowski. No meio-campo, quase sempre dois jogadores completos alternando na articulação e na infiltração. Muita gente pisando na área adversária para finalizar. E ainda Neuer, que revolucionou a posição de goleiro e contribui com a circulação da bola, além de cobrir a defesa adiantada com saídas precisas.

O mundo dos sonhos para qualquer centroavante. Lewandowski é a referência, mas sempre tem muita companhia. Por isso os 29 gols em 27 partidas em 2020/21, dando sequência à temporada perfeita que rendeu o título de melhor jogador do mundo.

O sexto título seguido iguala o Barcelona de Guardiola em 2008/09. Sem o impacto da estreia do melhor treinador deste século há 12 anos, Flick aponta para o futuro com um estilo agressivo, porém adaptável às circunstâncias. Mas sempre buscando ser dominante e amassando os adversários.

Objetividade e espetáculo. Ou apenas a vitória magra para garantir mais uma taça, o quarto Mundial dos bávaros. Foi assim no Qatar para cumprir a obrigação de manter os 100% de aproveitamento dos europeus desde 2012. Superioridade incontestável, mesmo sem brilho.

(Estatísticas: SofaScore)

Da redação/ Com UOL

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