
O Equador vai às urnas neste domingo (7) no primeiro turno das eleições gerais tentando encontrar uma saída para dois anos seguidos de crises traumáticas: o grave impasse político que paralisou o país em 2019 e a pandemia do coronavírus, que deixou milhares de mortos.
Nesse cenário, a economia em forte crise aparece como um tema central na eleição: os dois candidatos favoritos a irem ao segundo turno, Andrés Arauz e Guillermo Lasso são economistas e têm visões diferentes sobre como reerguer o Equador após dois anos especialmente difíceis:
- 2019 — O anúncio do fim de subsídios aos combustíveis foi estopim para uma crise política generalizada que gerou protestos em todo o Equador, sob lideranças indígenas. A repressão foi forte, e houve mortes e toques de recolher.
- 2020 — A pandemia do coronavírus levou Guayaquil, maior cidade do país, a um caos hospitalar e funerário em abril, com corpos deixados abandonados nas ruas. Moradores flagraram urubus voando sobre as casas no auge da crise.
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As pesquisas indicam leve favoritismo para Arauz, que tentará dar um novo rosto à esquerda saudosa do período de Rafael Correa (2007-2017) para superar as crises do país. Do outro lado, Lasso concorrerá pela terceira vez consecutiva tentando modular o discurso de austeridade com promessas de maiores ganhos reais nos salários dos equatorianos. O líder indigenista Yaku Pérez corre por fora (veja mais no fim da reportagem sobre os candidatos a presidente do Equador).
Ao todo, são 16 candidatos. O atual presidente, Lenín Moreno, decidiu não tentar a reeleição após ficar isolado politicamente diante das crises políticas. Mesmo a candidata de seu partido, Ximena Peña, com poucas chances de vitória, se afastou de Moreno.
Para se eleger em primeiro turno, o candidato precisa obter a maioria absoluta dos votos (50% + 1) ou conseguir mais de 40% e uma diferença de 10 pontos percentuais ao segundo colocado. O segundo turno está marcado para 11 de abril. Pelas pesquisas, é difícil que a presidência equatoriana se defina logo neste domingo.
Os equatorianos também estão atentos para a eleição parlamentar, que ocorre juntamente com o voto presidencial. Serão eleitos 137 novos integrantes da Assembleia Nacional. Ainda não está claro como ficará a nova configuração do parlamento, mas os presidenciáveis estão certos de que, quem vencer encontrará um Congresso fragmentado, com dificuldade para se formar uma maioria.
Da redação/ Com G1





